A fabricação de celulares na Índia, que atingiu 31 milhões de unidades em 2006, deve crescer a uma taxa anual de 28,3%, alcançando um total de 107 milhões de aparelhos em 2011. Esse aumento renderá àquele país um faturamento da ordem de US$ 13,6 bilhões, segundo novo estudo divulgado pelo Gartner.
O crescimento da produção, de acordo com o instituto de pesquisas, será direcionado principalmente para a expansão da base de assinantes e favorecerá a política governamental de promoção da fabricação local de eletrônicos. Atualmente, a produção de telefones móveis na Índia é dominada por cinco fabricantes globais: Nokia, Motorola, Samsung, Sony Ericsson e LG.
Existem muito poucas marcas de celulares fabricados no país e os volumes de produção são baixos e tipicamente focados em modelos de aparelhos mais simples. De qualquer modo, a expectativa do Gartner é que novos fabricantes, locais e globais, passem a produzir localmente, com o auxílio de fornecedores de serviços de eletrônica avançada (EMS) presentes na Índia.
De acordo com o analista de pesquisa do Gartner, Ganesh Ramamoorthy, existem fabricantes globais de handsets bem como novos entrantes que querem terceirizar sua produção aos fornecedores de EMS para reduzir ?time-to-market? (tempo para um novo produto chegar ao mercado) e conseguir uma penetração mais rápida de suas marcas de aparelhos. ?Isso aumentará a participação dos fornecedores de EMS na produção total do telefones móveis na Índia em quase 40% em 2011.?
Embora a produção de telefones móveis atualmente na Índia esteja direciona a atender principalmente a demanda local, Ramamoorthy prevê que nos próximos cinco anos 30% da produção será exportada para regiões vizinhas como África, Oriente Médio e outras partes do Sul da Ásia, que também tem interesse em handsets de baixo custo.
O analista do Gartner advertiu, porém, que, para a produzir telefones móveis localmente, a Índia vai ter de enfrentar um desafio-chave que é a falta de uma indústria madura de componentes para suportar a produção.
?A produção de componentes vitais para telefones móveis é muito limitada na Índia, porque grande parte deles são importados. Isso [a produção] talvez não possa ser viabilizado no longo prazo, por causa especialmente do crescimento rápido da demanda por handsets. Portanto, estabelecer uma base confiável de componentes será vital para que a indústria indiana de celulares permaneça competitiva no mercado local e também no externo?, finaliza Ramamoorthy.