Lições sobre o uso da Internet na Olimpíada de Londres

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Diferentemente de qualquer outro momento que consiga me lembrar, este ano eu realmente me empenhei em acompanhar os Jogos Olímpicos. Fui atraído pelas inúmeras histórias envolvendo os países participantes e a rotina dos atletas, entre outros fatores. Porém, esses elementos fazem parte de todas as edições dos Jogos Olímpicos.

Na verdade, a razão para eu acompanhar tão de perto esta edição dos jogos foi a surpreendente quantidade de conteúdo online e cobertura em mídias sociais disponíveis em tempo real, ainda mais estando em outro continente em relação ao local dos jogos. Eu tinha a possibilidade de checar atualizações de notícias, destaque ou histórias das competições de hora em hora… e o mais interessante era poder fazer isto de qualquer lugar. Este foi, sem dúvida, um marco na transmissão dos grandes eventos.                                 

Twitter, Facebook, Youtube, downloads, streaming. Não importa qual dispositivo estivéssemos usando ou de que forma estivéssemos usando, o mundo estava fazendo uso de pelo menos uma destas formas para ter acesso ao conteúdo online dos jogos.  Se, por um momento, supormos que grande parte dos espectadores dos eventos online estavam em seus locais de trabalho, escola, universidades e pontos de acesso comunitários, entre outros, podemos chegar ao consenso que o impacto nas redes corporativas pelo mundo deve ter sido enorme, talvez até preocupante. Mas por que preocupante? A questão é mais séria do que podemos imaginar, uma vez que o problema de tráfego nas redes privadas (empresas, escolas, governo, etc) durante a Olimpíada de Londres 2012 serve como alerta: será que estas redes estarão realmente prontas para o tráfego significativo que teremos nos próximos anos? O exemplo mais próximo que temos é o da Copa do Mundo de 2014, a ser realizada em nosso território e que certamente trará grandes impactos para as redes.

Voltando a falar de Londres 2012, o enorme volume de cobertura online e social disponível, juntamente com um acesso sem precedentes disponibilizado pelo público durante o evento, gerou a criação do termo “Socialympics”, o qual pode ser traduzido como “Olimpíada Social”. Tal nomenclatura pode ser justificada quando analisamos os números contabilizados durante todo o período olímpico: mais de 3.500 horas de evento foram entregues pela internet na forma de cobertura de vídeo, diretamente da capital da Inglaterra, num total de 302 competições.

No universo da tecnologia, uma pesquisa da SEO.com mostra que, enquanto um único usuário assistindo a um vídeo pode consumir entre 25 e 30% da estrutura de TI, durante os Jogos Olímpicos estima-se que o tráfego gerado pela transmissão dos eventos tenha consumido o mínimo de 60% das redes corporativas em todo o mundo. Um exemplo prático pôde ser visto em Los Angeles (Estados Unidos), onde houve um pedido público para as pessoas pararem de assistir as competições pela Internet no horário de  trabalho porque a rede da cidade estava congestionada.

É fácil falarmos que a Olimpíada é “apenas um ponto no radar” e que não há nada para nos preocuparmos. Mas será que realmente é esse ponto? Será que não estamos vendo a macrotendência se movimentando em um passo mais rápido do que podemos imaginar, ainda mais estando próximos de um grande evento no Brasil? As tecnologias de colaboração e vídeo vieram para ficar e é este tipo de tráfego que vai dominar as redes nos próximos anos.

Como podemos nos preparar para este cenário, assegurando o SLA (Acordo por Nível de Serviço) para os aplicativos corporativos tradicionais e as novas aplicações conviverem e promoverem a melhora na produtividade e a experiência do usuário?

Diante deste cenário, é fundamental analisarmos as lições deixadas durante o período olímpico para termos a certeza de que nossas redes corporativas estejam preparadas para um futuro onde o uso de controles do tráfego crítico se torne prioridade para as empresas.

 Maurício Ribeiro é diretor Regional da Exinda no Brasil

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