O mundo dos jogos cresce ano após ano, atraindo pessoas de todos os perfis. Segundo a Pesquisa Game Brasil, realizada em parceria entre a Sioux, Blend New Research e ESPM, o público feminino passou de 52,6% em 2016 para 53,6% em 2017, enquanto o masculino foi de 47,4% para 46,4%. Deles, 58,9% declararam jogar online.
Com números expressivos, o setor também se apresenta como um potencial alvo para os criminosos virtuais, que usam seus conhecimentos, aliados à ingenuidade de alguns jogadores e da falta de proteção na rede utilizada, para conseguirem algum tipo de lucro financeiro ou causar problemas físico ou psicológicos em quem está à procura de diversão.
Além do roubo de contas para a venda no mercado negro, existem os danos psicológicos. Tudo porque há o risco de os gamers perderem uma conta que levaram horas para a construção do perfil e do personagem. Há ainda o perigo maior, como o recrutamento para desafios que podem prejudicar o desenvolvimento dos jovens.
Interação com desconhecidos
E no caso dos mais novos, algumas pessoas mal intencionadas utilizam do seu conhecimento e simpatia para recrutá-los para jogos físicos desafiadores, como foi o caso da Baleia Azul. Nele o participante deveria cumprir tarefas que atentavam contra sua vida, tendo família e amigos ameaçados no caso da não realização do que lhes foi solicitado.
Muitos adolescentes foram enredados nos desafios e, por medo das consequências, foram até o final, encerrando suas vidas de maneira precoce. Esse tipo de ação só ocorreu em virtude da interação dos jogadores com pessoas desconhecidas, por meio de jogos e redes sociais, indicando que é preciso que os pais estejam atentos em qualquer mudança de comportamento de seus filhos.
Roubo de contas e de informações
Diversos jogadores fazem o uso de Virtual Private Netword (VPN), que permite que o usuário simule sua localização de acesso em outro país ou região. O maior problema dessa prática é que a grande maioria dos VPNs gratuitos – e alguns dos pagos – não é segura, abrindo brechas de segurança para que criminosos virtuais acessem dispositivos como videogames, computadores ou celulares, além de roubar informações pessoais e a conta do jogo.
Outra forma que os hackers utilizam para roubar essas contas é por meio do acesso via redes Wi-Fi públicas, que são desprotegidas e fornecem diversos riscos à segurança do dispositivo conectado e seu usuário, havendo o risco de vazamento de informações, o que pode ocasionar em um baque emocional.
Como se proteger
Além de manter os sistemas operacionais atualizados e utilizar senhas seguras com diversas camadas de proteção (quando disponível), os usuários precisam se conscientizar e atuar com softwares de varredura e monitoramento, além de adotar pontos de acesso seguros para se conectar à rede.
A internet, a tecnologia e os jogos podem – e devem – ser utilizados como forma de lazer para os usuários, e não colocá-los em risco. Para tal, é essencial que ocorra o constante aperfeiçoamento das boas práticas de navegação por meio da leitura das cartilhas didáticas disponibilizadas pelo Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil, no site: www.cert.br. O material é uma maneira eficaz de auxiliar a sociedade na construção de um ambiente digital mais seguro contra as armadilhas dos criminosos.
Bruno Prado, CEO da UPX Technologies.