Operadoras estão apenas no início dos serviços em cloud

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Quando o assunto é cloud computing, todos são unânimes em dizer que esta é uma realidade que será parte do universo das telecomunicações.
Porém, quando a pergunta é de que maneira as operadoras aproveitarão os recursos da computação em nuvem para oferecer serviços e aplicações convergentes aos clientes corporativos e residenciais, cada uma aponta para um ritmo diferente. E isso ficou bem claro no Fórum Telecom e TI, realizado pelas revistas TELETIME e TI Inside nesta quarta-feira, 6.
No painel de abertura do evento, os executivos da TIM e da Vivo responsáveis pela áre ade TI alegaram que os benefícios do cloud computing são inúmeros, mas que a oferta destes serviços em larga escala ainda é complexa economicamente. "Os provedores podem até oferecer serviços com alto índice de qualidade (SLA), mas somos uma operadora com 60 milhões de clientes e com os nossos volumes os custos ficam inviáveis", argumenta o diretor de Desenvolvimento de Sistemas da Vivo, Agenor Leão. "Hoje ainda está longe de acontecer", acrescenta.
Já o CIO da TIM, Maurício Cascão, acredita que o primeiro passo na direção dos serviços em cloud computing é a utilização de software como serviço (SaaS) 'dentro de casa'. Em um segundo momento, segundo ele, a ideia é oferecer SaaS ao mercado corporativo por meio de desenvolvedores e parceiros. "Não vejo, pelo menos em um curto prazo, a oferta de cloud computing a terceiros sem o estabelecimento de parcerias estratégicas ou até joint ventures. Pelo menos não há nada no radar por enquanto", diz.
Apesar de entender o SaaS como o primeiro passo nos serviços em nuvem, o diretor de Soluções para Comunicações da Oracle, Alceu Bravo, acredita que as teles estão adotando uma postura conservadora. Ele cita recente estudo global, que posicionou o Brasil como o país mais lento na adoção de serviços em nuvem entre os países emergentes. "O software como serviço é um primeiro passo, mas não é aí que está a mina de ouro para as operadoras", diz. "Essas empresas já possuem uma rede capilarizada e experiência em atendimento, por isso oferecer infraestrutura (IaaS) e plataforma como serviço (PaaS) é uma maneira de rentabilizar ainda mais esse investimento".
Bravo alerta as teles a se posicionarem nessa área, antes que empresas over-the-top, como Google e Skype o façam. "Depois fica mais difícil se estabelecer, tendo de entrar no mercado para competir com players universais", diz.
Telefônica na frente
Atenta a isso, a Telefônica começa a dar os primeiros passos no mercado de cloud computing. O diretor de Produtos da Telefônica do Brasil, Fabrício Bindi, revelou que a operadora já possui alguns serviços em nuvem e no segundo semestre deste ano deve lançar outros para os setores corporativo e residencial. O produto já tem até nome, "T-Cloud", e inclui 'Data Center virtual', 'PC Virtual' (thin client para acesso à Internet) e manutenção virtual, entre outros serviços. "Utilizaremos nossa experiência, logística e redes de canais para o cloud também", diz o executivo, que acredita que para a solução dar certo no Brasil é preciso que algumas incertezas intrínsecas da computação em nuvem sejam equalizadas. "A dependência da Internet ainda gera insegurança nos clientes, por isso temos de garantir redes robustas, viabilizar alternativa de cloud privado, solução fim-a-fim e atendimento customizado, ou seja, segmentação de acordo com o perfil do cliente sem deixar de lado a simplificação da oferta", explica.
Bindi alerta também que a sensibilidade a preço é um ponto estratégico na oferta da solução, que também deve comunicar claramente os benefícios e a orientação dos serviços conforme as necessidades do cliente. "Também estamos criando uma plataforma de conteúdo para trazer diversos parceiros, como a Microsoft e a SAP, por exemplo, além de outros desenvolvedores de soluções de contabilidade, contabilidade, gestão do negócio, faturamento, marketing, colaboração, e-learning, localização, segurança", adianta. "Oferecemos tudo isso a partir de um pagamento fixo mensal, por usuário ou cliente, com acesso de qualquer navegador e com aplicações amigáveis", acrescenta o executivo, que informou que no segundo semestre devem ser iniciadas as primeiras entregas. Segundo ele, há dois anos a Telefônica já oferece esse tipo de solução na Espanha e na Argentina.
No Brasil, a ideia é trabalhar com soluções mais customizadas, por meio de projetos especiais e de alto valor agregado, para as grandes empresas, e de forma massificada, para os pequenos e médios negócios. "Temos dois mundos, o das mil maiores empresas e as 20 mil pequenas e médias empresas, além, é claro do setor residencial", explica.

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