Gastos com TI no Brasil crescem 9,2% em 2015, mas país perde uma posição no ranking mundial de TIC

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Os gastos com TI no Brasil, incluindo hardware, software e serviços, cresceram 9,2% no ano passado, contra os 5,6% da média mundial de expansão. Os investimentos globais de empresas usuárias de recursos de computação somaram US$ 2,2 trilhões em 2015. Os dados fazem parte do estudo sobre o "Mercado Brasileiro de Software e Serviços 2016", produzido pela Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) em parceria com a IDC.

Já no ranking de investimento no setor de TI na América Latina, o país se manteve em 1º lugar, com 45% dos investimentos da região, somando US$ 59,9 bilhões, seguido por México (20%) e Colômbia (8%). Ao todo, a região latino-americana somou US$ 133 bilhões.

Ao fragmentar os investimentos por segmento, o mercado de serviços de TI no Brasil cresceu 8,2%, em relação ao ano de 2014, com investimentos de U$ 14,3 bilhões, e o de software, que foi o responsável pelo aumento da média da taxa de crescimento de TI no ano passado, cresceu 30,2%, com investimentos de U$ 12,3 bilhões. Além disso, o mercado de hardware bateu a marca de U$ 33,4 bilhões, representando um crescimento de 6,3%, o menor entre os três setores.

"A participação dos investimentos em hardware dentre o total ainda é próximo a 56%, mas a participação em software e serviços vem crescendo ano a ano, devendo superar a participação de 50% no total, conforme o Brasil for aumentado o seu grau de maturidade", comenta Jorge Sukarie, presidente do conselho da Abes.

Ranking mundial de TIC

Considerando os investimentos em TIC (tecnologia da informação e comunicações), que cresceram 4,3% no ano passado, e somaram mais de US$ 3,7 trilhões, o Brasil perdeu uma posição, e agora aparece em 6º lugar no ranking mundial, com investimentos de US$ 152 bilhões no ano de 2015. No entanto, ainda fica próximo a países que são destaques na economia mundial como Alemanha (5°) e Reino Unido (4°). Os Estados Unidos lideram o ranking, seguidos pela China e pelo Japão.

No mercado mundial de investimentos em software e serviços, que totalizou US$ 1,124 trilhão, o Brasil ficou na 8ª posição, com US$ 27 bilhões, antecedido pelo Canadá (US$ 32 bi), China (US$ 34 bi), França (US$ 48 bi), Alemanha (US$ 67 bi), Japão (US$ 77 bi), Reino Unido (US$ 83 bi) e Estados Unidos (US$ 470 bi).

Software e serviços no Brasil

Quando analisa os dados regionais do mercado de software e serviços no Brasil o estudo diz que a região Sudeste respondeu 60,44% da distribuição do mercado de TI em 2015, seguida pelas regiões Nordeste (10,72%) e Centro-Oeste (10,64%), em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

No ano passado, foram identificadas, aproximadamente, 13.951 empresas atuando no mercado brasileiro de software e serviços, sendo que quase metade delas (41,1%) é dedicada à distribuição e comercialização desses recursos. As outras representam empresas de desenvolvimento e produção (31,6%) e prestação de serviços (27,3%).

As empresas dedicadas ao desenvolvimento e produção no Brasil totalizam 4.408 negócios e podem ser dividas por porte — microempresas (45,62%), pequenas empresas (49,02%), médias empresas (4,33%) e grandes empresas (1,03%).

Tendências para 2016

A pesquisa aponta que a relação entre TI e a área de negócios das empresas irá se estreitar ainda mais neste ano, gerando a digitalização dos processos e integração das linhas de produção. O estudo aponta que 54% das médias e grandes empresas no Brasil irão realizar investimentos na chamada transformação digital (DX) em 2016.

Além disso, as vendas de dispositivos tecnológicos permanecerão em alta, apesar das quedas recentes. Estima-se que no Brasil sejam adquiridos 40 milhões de celulares, 6 milhões de computadores e 5 milhões de tablets neste ano.

O levantamento ainda mostra que, com a visibilidade da "Internet das Coisas" alcançada em 2015, o setor deve atingir US$ 4,1 bilhões só no Brasil, sendo que US$ 37 milhões correspondam apenas a dispositivos domésticos. Outro fenômeno que chama atenção é o aumento de transações financeiras realizadas via mobile: os valores devem superar 30% do total de pagamentos realizados em 2016.

O estudo aponta que a preocupação com a segurança de sistemas também crescerá pelo menos em 2% do orçamento total em TI. O desafio será encontrar o equilíbrio adequado entre a eficiência que a mobilidade traz para as empresas com um maior controle sobre a sua utilização. Neste ano, em torno de 50% das companhias irão restringir o uso de dispositivos de funcionários (BYOD, sigla para bring your own device, ou traga seu próprio dispositivo), e mais de 70% delas terão alguma maneira de controle das tarefas realizadas nesse contexto de mobilidade que caracteriza o século 21.

Poucas tecnologias terão o crescimento que será experimentado por cloud computing ou solução em nuvem: até o fim da década, haverá crescimento de 20% por ano na adoção desse tipo de solução.

A busca pelo aumento dos lucros e pela diferenciação frente à concorrência, devido à atual crise econômica, gera maior interesse em engajamento por meio de mídias sociais e chamada experiência do usuário (CX). Segundo a pesquisa da IDC, neste ano, uma em cada quatro empresas já terão dado início a projetos com esse foco.

A procura por eficiência nos negócios, produtividade e competitividade em empresas de todos os setores da economia irá fazer com que a tecnologia da informação continue a ser um setor estratégico. A expectativa para 2016, apesar do cenário desafiador no Brasil, é a de que este segmento cresça 3% contra uma expansão média mundial de 2,4%, e o de TIC aumente um pouco menos, algo em torno de 2,6%.

Para Sukarie, os números do estudo indicam que, apesar de todos os desafios econômicos e políticos que o Brasil deve enfrentar, em 2016, ainda assim, o país terá um setor de TIC com um crescimento comparado aos países que experimentarão as maiores taxas de crescimento nesses investimentos. "O uso da tecnologia pode trazer ao Brasil as condições necessárias para que se ganhe produtividade, competitividade e a eficiência que serão necessários para enfrentarmos nossos desafios", comenta ele.

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