Gigante chinesa na área de redes, a Huawei anuncia que voltará ao mercado de smartphone, desta vez com uma estratégia melhor estruturada para conquistar o mercado. A empresa abandonou o setor em 2015, após alguns atropelos na qualidade do produto e também pela dificuldade de "compreensão" das estruturas tributária e de logística do país.
"Tivemos muita dificuldade com a estrutura tributária e no relacionamento com o varejo", explica Adam Xiao Ersong, líder de desenvolvimento de negócios na área de dispositivos. "A área de rede (B2B) tem outra estrutura", justifica ao ser questionado sobre a habilidade da Huawei em fazer negócios no Brasil.
O retorno será pelas mãos da Positivo. As duas empresas selaram acordo para que a fabricante nacional, conhecida no mercado de PCs, assuma a parte comercial, logística e o suporte dos equipamentos. Neste primeiro momento, a fabricação está descartada. "Mas apenas por enquanto", diz Ersong.
Diferente do que ocorreu no passado, quando a Huawei vendia no Brasil produtos da linha de baixo custo, desta vez serão comercializados dispositivos de média e alta tecnologia. Como parâmetro, a fabricante cita os smartphones Samgung e diz que trará uma linha superior à oferta da Motorola.
Estão sendo homologados junto à Anatel os dispositivos das séries "Nova" e "P": a primeira uma faixa intermediária de equipamentos e a segunda o top de linha, com duas câmeras de alta definição e outras tecnologias inovadoras.
As duas empresas dizem que o ponto de inflexão da estratégia ocorrerá quando atingirem 1% do mercado. A Positivo aposta na complementariedade da sua linha de smarthone, hoje composta por tecnologia própria e pelos smartphones da linha Quantum.
O anúncio foi feito, em Brasília, durante evento de comemoração de 20 anos da operação da Huawei no Brasil.
*A jornalista viajou a Brasília a convite da Huawei Brasil