Venda da divisão de servidores da IBM à Lenovo abre oportunidades de negócios à HP, diz a empresa

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A compra da divisão de servidores da IBM pela Lenovo, embora ainda dependendo da aprovação do governo americano, traz um concorrente agressivo para o mercado. Para a HP, porém, a aquisição não é vista como uma ameaça. A companhia, que liderou o ranking em participação de mercado no primeiro trimestre deste ano, com 25,5% das vendas mundiais e 534 mil servidores embarcados, segundo o Gartner, acredita que a venda da divisão da IBM à empresa chinesa vai lhe proporcionar novas oportunidades de negócios.

"Apesar de a Lenovo ter vantagens em relação a custos, estamos confiantes, pois a HP, ao contrário da fabricante chinesa, oferece outros diferenciais para que os clientes da IBM possam expandir seus negócios, tais como nossos serviços profissionais, como é o caso do portfólio de produtos na nuvem HP Helion", avalia Antonio Neri, vice-presidente e gerente de redes e servidores da HP.

Desse modo, a HP se preparou estrategicamente para atrair os clientes da IBM, ao lançar o Project Smart Choice, um programa de apoio para dar ao cliente todo acesso a HP, compreender o que a empresa oferece e como ela pode ajudá-lo a expandir os negócios. São oferecidos treinamentos, visitas aos centros de tecnologia da fabricante, reuniões com consultores, etc., tudo para facilitar a transição da IBM para a HP.

Vendas de servidores

Embora a HP lidere o mercado de servidores, numa disputa acirrada com IBM, Dell e Cisco, as vendas globais de servidores há tempos não vêm registrando queda, principalmente devido ao aumento da virtualização de servidores, vista por grande parte das empresas como uma forma de reduzir custos e melhorar a infraestrutura de TI. Este cenário é corroborado por Neri, que admite que no último trimestre não houve, de fato, um aumento significativo nas vendas de servidores para o setor corporativo, que permaneceram estagnadas. A expansão das vendas ocorreu apenas para os grandes provedores de serviços.

"Apesar do cenário atual do mercado mundial de servidores, estamos confiantes em relação aos nossos próximos lançamentos, nos próximos meses. A estratégia é focar, olhar para o segmento certo", comenta Neri. Além de novidades no portfólio, a linha Moonshot de servidores definidos por software, voltados basicamente para provedores de serviços e aplicações web, lançada no ano passado, continua sendo uma aposta da HP, já que ela promete reduzir em até 77% o custo total de propriedade (TCO) com servidores, ocupar 80% menos espaço físico e consumir 89% menos energia, além de prover até seis vezes mais desempenho.

A crescente adoção do modelo de computação em nuvem também tem colocado alguns desafios para os fabricantes de servidores, pois deve reduzir e tornar mais competitiva a atuação deles no mercado corporativo. "Na América Latina, o Brasil e o Chile são os mercados mais maduros da HP em relação a adoção da cloud e, consequentemente, à virtualização de servidores", ressalta Andres Campuzano, gerente de vendas de servidores da HP Enterprise Group para América Latina e Caribe. Mundialmente, mais de 2 mil clientes corporativos usam servidores HP para cloud, segmento que também é estratégico para a fabricante.

Plantas industriais

A HP possui três fábricas de servidores, sistemas convergentes e racks, localizadas em Houston, nos EUA, em Campinas, no interior de São Paulo, e no Japão. As soluções, que incluem as linhas de servidores ProLiant, BladeSystem, Superdome, bem como a plataforma de big data Vertica Analytics, são customizadas e adaptadas às necessidades dos clientes, e previamente testadas antes de serem entregues.

Denominada Factory Express, a fábrica de Houston, que também é o centro de distribuição de servidores da HP para as Américas, possui dois prédios que ocupam uma área de 1,4 mil metros quadrados, e conta com 2 mil empregados. Enquanto um prédio produz os servidores, o outro monta os equipamentos em racks. "A planta possui capacidade instalada para poduzir até 4 mil servidores por dia, sendo que um equipamento pode ser feito em apenas 30 minutos", revelou Alan Bragg, engenheiro de sistemas integrados da HP.

Segundo ele, alguns dos serviços da planta já existiam na Califórnia na década de 1990. A fábrica foi então transferida para Houston em 2002 com a fusão entre a HP e a Compaq, fabricante norte-americana da computadores, sendo que a marca "Factory Express" foi criada logo após a mudança em 2003.

A planta industrial de Houston é um dos empreendimentos do Centro de Experiência do Cliente Enterprise da HP (CEC), complexo que oferece um ambiente prático para que o cliente descubra o valor de negócio oferecido pelas soluções de rede, armazenamento, sistemas convergentes e servidores da companhia. Nele, é possível construir relações comerciais mais estreitas e explorar ideias do cliente sobre como a HP pode oferecer soluções de negócios para melhor atender às necessidades específicas de seus clientes.

*A jornalista viajou a Houston a convite da empresa.

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