A venda de celulares voltou a crescer no Brasil. Entre os meses de abril e junho deste ano, foram comercializados 12.044 milhões de aparelhos, sendo 10.779 smartphones e 1.265 feature phones — aparelhos convencionais, sem sistema operacional. O crescimento do mercado total foi de 23,1% frente ao primeiro trimestre de 2016. Comparando apenas os smartphones, o aumento foi de 16,6%. Já a venda de feature phones foi 38,4% superior a apresentada nos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano. Em relação ao segundo trimestre de 2015, o mercado total ficou apenas 1,7% menor, o de smartphones 4,8% menor e o de feature phones foi superior em 35,1%. Os dados são do estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q2, realizado pela IDC Brasil.
"Os feature phones estão reaquecendo o mercado. Em 2015, houve falta de opções de aparelhos desse tipo. Hoje, a oferta é muito maior. Além disso, os celulares convencionais atendem muito bem a demanda das áreas rurais, onde o 3G funciona mal e o 4G ainda não chegou. Neste caso, o investimento menor vale a pena", conta Diego Silva, analista de pesquisa da IDC Brasil.
De acordo com o estudo, o tíquete médio dos smartphones passou de R$ 1.152 no primeiro trimestre para R$ 1.045 no segundo trimestre. Hoje, 64,2% dos smartphones vendidos estão na faixa de preço que varia de R$ 499 a R$ 999. "Os fabricantes que até 2015 tinham pouca expressão no mercado brasileiro começaram a investir em produtos mais avançados e estão ganhando cada vez mais espaço", avalia o analista da IDC.
Somente entre os meses de abril e junho, o mercado de smartphones movimentou R$ 11,4 bilhões. "Mesmo com o tíquete médio menor, a receita no segundo trimestre foi 10% superior em relação ao primeiro trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2015, foi 15,7% maior", completa Silva.
Para os próximos meses, a IDC prevê um mercado ainda aquecido. De acordo com o analista "devemos ter um segundo semestre com excelente volume de vendas, especialmente durante a Black Friday e o Natal. Os fabricantes estão apostando nessas datas e preparando lançamentos. Com o dólar estabelecido, os preços devem ser ainda mais atrativos". Para o ano, a expectativa é de que o mercado chegue à marca de 40,3 milhões de aparelhos celulares comercializados.