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Blockchain: uma evolução na confiança

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No último ano, o termo Blockchain deixou de compor o vocabulário de apenas um nicho e passou a ser uma palavra a ressoar por noticiários ao redor do mundo. E não é à toa, já que está aliado à grande alta no valor da moeda virtual Bitcoin. Começou-se a falar sobre as aplicações da Blockchain além do mundo financeiro e sobre a revolução que ela pode trazer para algo fundamental à relação humana: a confiança,

A tecnologia teve sua origem na criação do Bitcoin, com a apresentação de uma solução a um problema central da distribuição de dados: o consenso. Utilizando uma estrutura de dados pública e distribuída, onde os dados são replicados em sua integridade em vários pontos diferentes e protegidos com criptografia para detectar tentativas de mudança, o Bitcoin trouxe uma nova forma de responder a questão: quem decide qual informação pode ser escrita? A solução apresentada foi o estabelecimento de um consenso através de incentivos econômicos: os participantes da rede devem competir para calcular uma “chave” que lhes dará direito de colocar um novo bloco na rede e que deve ser calculada novamente para cada novo bloco à acrescentar. Esta informação é validada por toda a rede, gerando um prejuízo financeiro para quem tentar inserir informações inválidas.

O sucesso da plataforma do Bitcoin foi a prova de conceito necessária para a aplicação de outros usos da Blockchain. Em 1995, Nick Szabo publicou um artigo sobre “Contratos Inteligentes” (Smart Contracts), descritos por ele como “uma série de promessas, especificadas de forma digital”. A Blockchain casou perfeitamente com esta ideia e abriu todo um conjunto de possibilidades que podem revolucionar a forma como tratamos a confiança entre partes.

Para exemplificar, vamos recorrer aqui a uma situação bastante corriqueira: já notou como existem estabelecimentos que exigem a apresentação de uma carteira de estudante específica? Uma declaração por parte do estabelecimento de ensino não carrega a confiança necessária. Mas se estes dados estivessem na Blockchain, seria possível validar a sua condição de estudante assim como a assinatura digital da entidade de ensino responsável. O exemplo se estende a diversas áreas, como assinaturas de todo tipo de contrato, que por vezes exigem que sejam enviados por correio para múltiplas partes, cada uma autenticando sua assinatura em um cartório onde sua firma é reconhecida. Tudo isso pode ser feito de maneira verificável, auditável e confiável através da Blockchain.

E se você, ao alugar um imóvel, obtivesse um código de acesso que expira automaticamente quando acaba o prazo contratado ou se uma parcela atrasar?

Perder uma nota fiscal pode ser um problema do passado: as notas podem ser emitidas diretamente em uma Blockchain, fazendo com que os dados não se percam, não se invalidem e fiquem totalmente auditáveis.

Toda a parte de logística das empresas pode se beneficiar desta tecnologia. Já existem cadeias de supermercados e empresas de transporte marítimo testando projetos de Blockchain para o rastreamento de cargas. É possível verificar rápida e facilmente por onde cada carga passou, além de saber quem deu aprovação em cada etapa do processo. A adoção da tecnologia traz, além de confiabilidade, uma economia de recursos.

Hoje o termo está em destaque com várias grandes empresas apresentando diversas soluções na área. Mas pode ser que, para o consumidor final, isto se torne transparente. Você lembra quando foi que começou a acessar à internet facilmente através do seu smartphone? Foi um processo gradual, quase que imperceptível: foi apenas ficando mais fácil. Pode ser que, com a evolução da tecnologia da Blockchain, vejamos algo parecido: um aumento na confiança, transparência e verificabilidade da informação sem sequer perceber que, para isso, estamos usando uma Blockchain.

Guilherme Devincenzi, desenvolvedor na Cheesecake Labs.

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