Invasão a e-mails do Pentágono derruba ações de empresas de software de segurança

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A divulgação pelo Pentágono, no fim da tarde de quinta-feira, 6, de que hackers russos invadiram o sistema de e-mails do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o que obrigou o órgão das Forças Armadas americanas a desativar o canal de comunicação durante pelo menos 11 dias, fez com que as ações dos principais fabricantes de software e sistemas de segurança registrassem queda nesta sexta-feira, 7, na bolsa eletrônica Nasdaq.

Em um cenário em que os crimes cibernéticos têm se sofisticado cada vez mais para driblar as medidas de proteção, associado a falhas na segurança, não deixar brechas para que hackers invadam redes de computa­do­res, serviços de e-mail e até mesmo sistemas que executam funções vitais — como a rede de energia — tem sido um desafio constante para as empresas, e os fornecedores nem sempre têm consigo dar respostas à altura.

Como os investidores costumam avaliar as posições que mantêm nos ativos de uma empresa com base nas projeções sobre receitas e perspectivas de mercado, o crescimento do número de invasões a sistemas corporativos pode resultar na perda de valor dos papéis das empresas de ciberssegurança.

Oscilações das ações

As maiores baixas nos papéis de fornecedores de software de segurança foram da Vasco Data Security, AVG Technologies e FireEye. As exceções foram a Symantec e a Palo Alto Networks, cujas ações tiveram alta discreta — 1,57% e 0,59%, respectivamente. Os papéis da Vasco Data Security, por exemplo, especializada em autenticação forte e produtos de assinatura eletrônica, abriram o dia valendo US$ 19,50, chegaram a cair 3,17%, negociados a US$ 18,88 às 15h19 (no horário de Brasília) e fecharam o dia em baixa de 1,84%, cotadas a US$ 19,15.

A mesma tendência foi verificada na AVG, cujas ações ordinárias abriram o pregão desta sexta em queda de 1,01%, atingiram o pico de baixa logo pela manhã (1,48%) e depois se recuperaram um pouco, encerrando o pregão com recuo de 0,74%, cotadas a US$ 25,65.

Já os papéis da FireEye iniciaram o dia em baixa, negociados a US$ 43,38, depois alcançaram o pico negativo, negociadas a US$ 42,71 às 12h43 (no horário de Brasília), mas conseguiram fechar o dia com ligeira alta de 0,69%, cotados a US$ 43,58.

Ataque automatizado

Analistas de Wall Street atribuem a queda nas ações da maioria das empresas de segurança aos rumores sobre as causas do ciberataque Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, embora o Pentágono não tenha citado falhas nos sistemas de segurança.

A emissora NBC, que divulgou em primeira mão o ataque, cita fontes que disseram que o ataque estava automatizado e conseguiu, em menos de um minuto, recompilar informação e difundi-la na internet.

A ação dos hackers deixou inativas as contas de e-mail de 4 mil servidores do Estado-Maior Conjunto e foi considerada a mais significativa desde a invasão, em junho passado, ao Escritório de Gestão de Pessoal (OPM), encarregado dos recursos humanos de funcionários dos EUA, que roubou informações pessoais de milhões de empregados públicos, o que foi negado por Pequim.

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