A HP aproveitou o anúncio da cisão (spin-off) do negócio de computadores pessoais e impressoras da unidade de hardware e serviços corporativos, feito na segunda-feira, 6, para divulgar também que planeja cortar 55 mil empregos com a reestruturação em curso. Em maio deste ano, a companhia havia anunciado que demitiria de 45 mil a 50 mil empregados, o que representou um aumento significativo em relação ao objetivo anterior, que era dispensar 34 mil funcionários. Até agora, a HP já cortou 36 mil empregos, sendo que a redução do número de trabalhadores totaliza 317 mil desde o ano passado.
A HP também deu a entender que grande parte de sua dívida — que estava em US$ 19,8 bilhões no final de julho — recairá sobre a nova empresa de PCs e impressoras, a HP, Inc., e que isso permitirá à companhia de TI, a HP Enterprise, realizar investimentos maiores. A Moody's e a Standard & Poors rebaixaram o rating da dívida da companhia.
As especulações sobre os desdobramentos envolvendo a HP, após o anúncio da cisão, ganharam intensidade. Ainda mais porque a diretora financeira (CFO), Cathie Lesjak, afirmou que a HP ainda tem "informações relevantes não públicas", o que a tem impedido de recomprar ações. Alguns analistas avaliam isso como um sinal de que as conversações com a EMC não estão mortas.
A decisão da HP pela divisão de suas operações surgiu depois de ela não ter conseguido vender as unidades de PCs e impressoras, serviços de TI e a divisão de servidores high-end para vários pretendentes.
No entanto, a CEO Meg Whitman adverte para o fato de que a cisão pode resultar em "sinergias negativas" de US$ 1 bilhão ou mais para a HP. Apesar disso, ela vem tentando afastar esses temores ao declarar que as duas novas empresas que resultarão do spin-off terão um "rearranjo da cadeia de suprimentos", o que lhes permitirá negociar compras conjuntamente.