Links internacionais representam até 40% do custo da Internet na América Latina, diz Cepal

0

O uso dos cabos submarinos (enlaces internacionais) representa de 30% a 40% do custo final do serviço de Internet na América Latina. A informação foi passada pelo consultor da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), Edwin Rojas, nesta segunda-feira, 7, no II Fórum Ibero-americano para o Desenvolvimento da Banda Larga, em São Paulo.

Segundo ele, trata-se de um valor excessivo na composição da conta do serviço de Internet. “As operadoras dizem que esse custo não passa dos 20%, mas há outras melhorias que devem ser analisadas”, alerta. Isso acontece, de acordo com o consultor, pois de 60% a 80% do tráfego internacional originado na América Latina passa por servidores dos Estados Unidos. Cerca de 40% desse tráfego advém do Brasil.

A Cepal defende a união dos países sul-americanos para a implantação de novas redes de transmissão e saídas internacionais, além da distribuição de centros regionais de processamento de dados, com servidores no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. “A princípio, os servidores seriam instalados nos países com maior demanda por serviços de dados. Porém, todos os países do Unasul seriam beneficiados”, explica. A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) é a união intergovernamental que integra os países latino-americanos. O diálogo regional, no entanto, está ocorrendo entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru, Paraguai, Equador e Uruguai. “A Cepal está desenvolvendo um documento com propostas que auxiliarão não só a estruturação de políticas de integração da infraestrutura de transmissão, mas também na redução dos custos e melhoria da qualidade dos serviços e promoção da coesão cultural da região”, revela. Um dos benefícios imediatos de tal integração seria o aumento da qualidade das redes de transmissão, com redução de até dez vezes na latência dos links internacionais.

Brasil

O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, César Alvarez, ressalta que a maior exigência gerada pelos serviços de redes sociais e por dispositivos mais avançados estão criando uma necessidade por maior largura de banda. “Hoje, o Brasil  não tem interligação com mais de quatro países. A entrada da Telebrás (no setor de cabos submarinos) é importante para proporcionais redes de transporte de dados mais avançadas”, diz. “A parceria dos países latino-americanos com a Telebrás pode se dar por cotas ou contratos de compra antecipada, o que seria muito importante para a viabilidade do negócio e o desenvolvimento da região”, acrescenta.

Encontro

Alvarez ressaltou também que o Brasil será o país anfitrião de um encontro que reunirá, em Brasília, no dia 29 de novembro deste ano, os ministros de Comunicação da América do Sul. Esta deve ser a primeira de uma série de encontros para a promoção da integração das telecomunicações na região. Segundo o Minicom, o governo está desenvolvendo, com o auxílio da Cepal e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), um mapa para verificar os pontos de melhoria nas comunicações da região.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.