A Indústria 4.0 representa o avanço da transformação digital sobre os pilares produtivos das organizações, modificando por completo a perspectiva operacional. No entanto, entre uma discussão ampla e aberta a diversas interpretações, é comum se deparar com uma disseminação de mitos sobre o real propósito da tecnologia e as dificuldades de introduzi-lo na realidade empresarial. Não existe uma fórmula exata para que essa transição ao digital provoque os resultados desejados. Tão importante quanto abraçar a inovação é encontrar os artifícios corretos para extrair o que há de melhor dessa movimentação extremamente bem-vinda.
Certamente, é natural que dúvidas sejam levantadas a todo instante. Por muito tempo perpetuou-se uma espécie de resistência à chegada da tecnologia, com pré-julgamentos voltados para a participação dos profissionais e como eles seriam impactados pelo avanço da digitalização. Nesse sentido, o conceito de Business Intelligence (BI) contribui para uma melhor compreensão sobre o aproveitamento de ferramentas inovadoras e como elas refletem em mudanças positivas para todos.
Uma realidade ao alcance de poucos? Mito!
Quando se levanta a importância de soluções de automação, novas metodologias de armazenamento e fluxo de dados, estratégias suportadas pelo uso inteligente da tecnologia, sempre com aquela quantidade alta de termos e conceitos modernos, o assunto pode acabar reduzido a um aspecto técnico distante de empresas pouco familiarizadas com o tópico discutido. Esse distanciamento, somado à noção equivocada de que todo investimento em tecnologia requer um custo elevado e completamente fora do escopo de organizações de médio e pequeno porte, coloca a Indústria 4.0 em uma condição exclusiva às corporações com um poder econômico elevado.
Com o devido aprofundamento sobre as inúmeras possibilidades que a quarta revolução industrial traz ao empresariado, fica notório que esse tipo de mentalidade não corresponde aos fatos. Existem projetos de plataformas que visam a automatização por meios escaláveis, priorizando o custo-benefício e a redução de gastos desnecessários, além dos benefícios financeiros conquistados a médio e longo prazo. Por meio de um diagnóstico preciso sobre as demandas apresentadas, é plenamente possível selecionar soluções condizentes com o posicionamento da companhia.
Verdade: as pessoas ainda são as principais figuras das empresas
Ao longo dos últimos anos, que marcaram a consolidação da transformação digital em nosso país e ao redor do mundo, a figura humana tem pautado uma série de incertezas no que diz respeito à resposta dos profissionais sobre a chegada de novas tecnologias. O que muitos deixam passar é o real propósito da inovação e como ele abre portas para metodologias de trabalho que priorizem a atuação estratégica dos colaboradores.
A digitalização, responsável por transformar atividades repetitivas e impulsionar a agilidade com que as operações se comportam, favorece à readequação das equipes para tarefas mais diversificadas, que estimulem a criatividade e a resiliência na resolução de problemas. Ao contrário do que se imagina, a revolução digital não busca submeter o componente humano à presença da máquina, ofuscando um protagonismo que pertence a nós; trata-se de uma oportunidade única de simplificar a vida daqueles que são os grandes responsáveis por conduzir os negócios ao sucesso.
Além disso, todo o conhecimento coletado pela figura humana é essencial para que haja uma evolução no ambiente empresarial. Investir em treinamentos e capacitações com certeza é uma crescente tendência, fundamental para aumentar a competitividade das companhias. Por isso, ter o foco em adquirir novas informações sobre o meio tecnológico e uso inteligente dos dados acaba alavancando resultados de forma natural.
Dados como agentes ativos da quarta revolução industrial: verdade!
Em termos práticos, uma das perguntas mais importantes recai sobre como a tecnologia beneficia o fator humano no cotidiano de trabalho. Como podemos colher os frutos e aplicá-los em melhores resultados? Muito desse questionamento passa pela compreensão de que os dados são objetos de valor analítico preponderantes para a cultura empresarial como um todo. É justamente nesse sentido que a inserção do BI deve ser normalizada internamente.
A automatização de processos rende insumos. Com a coleta, separação e análise de informações disponibilizadas, os profissionais terão uma geração de insights assertivos para embasar suas decisões sobre planos estratégicos, melhores métodos de trabalho, relacionamento com o cliente, entre outras finalidades igualmente relevantes.
Por fim, a Indústria 4.0 mostra-se um fenômeno a ser absorvido pelas companhias, que devem adotar uma postura de análise constante sobre como e onde a tecnologia pode ser benéfica. Com esse nível de conscientização sobre as possibilidades proporcionadas pela máquina e como ela realmente se comporta no âmbito corporativo, a tendência é de que a inovação se torne acessível e uma aliada estratégica decisiva para cada vez mais organizações.
Guilherme Tavares, CEO do Centro de Serviços Compartilhados (CSC) do Grupo Toccato.