Os celulares vendidos desbloqueados e sem customização para uma única operadora, chamados de aparelhos "open" pelo mercado, já respondem por 30% das vendas no país, estimam fontes do setor ouvidas por este noticiário. Calcula-se que no ano passado os terminais open representaram cerca de 25% dos telefones móveis vendidos no Brasil, participação que tende alcançar 40% até o fim deste ano.
Segundo as mesmas fontes, essa tendência está provocando alterações dentro da estrutura de vendas dos fabricantes. "Hoje, o gerente de vendas de aparelhos open em qualquer fabricante é tão importante quanto aquele que cuida da relação com uma grande operadora. No ano passado, alguns ganharam até bônus maiores que os gerentes de contas das teles", relata uma fonte ligada a um distribuidor de telefones.
A participação nas vendas totais dos telefones open está crescendo ano a ano. Em certa medida este avanço está relacionado ao próprio aumento de penetração da telefonia celular no país e ao consequente aumento de troca de aparelhos. A decisão da Oi, alguns anos atrás, de apenas vender celulares desbloqueados foi determinante para esse segmento ganhar força no país. Recentemente, a TIM passou a seguir o mesmo caminho.
Atualmente, todos os grandes fabricantes possuem gerentes de vendas para lidar diretamente com o varejo e com distribuidores na comercialização de celulares open. Alguns, como a LG, tem até mesmo modelos exclusivos para esse segmento.
Os varejistas, por sua vez, percebem uma demanda maior dos consumidores por aparelhos desbloqueados. Algumas grandes redes, como o Ponto Frio, já investem em mídia para divulgar esses produtos, mesmo sem auxílio de operadoras.
Estima-se que ano passado foram vendidos, ao todo, 39 milhões de celulares no Brasil, entre bloqueados e desbloqueados. Para este ano, espera-se um crescimento da ordem de 10%, alcançando-se a marca de 43 milhões.
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