Pressionados a reduzir custos e com orçamentos cada vez mais apertados, além de terem que lidar com novas tecnologias e um grande volume de dados, proveniente das mais variadas fontes e dispositivos, os departamentos de TI das empresas enfrentam o desafio de racionalizar os recursos computacionais e, ao mesmo tempo, aumentar o desempenho e a disponibilidade dos sistemas para suportar os negócios das empresas.
"As organizações estão aproveitando as quatro megatendências de TI, de aplicações sociais, de mobilidade, big data e computação em nuvem, para redefinir seus setores. TI agora deve aumentar a eficiência de custo para financiar as novas aplicações de negócios. Embora estas novas aplicações sejam desenvolvidas de forma diferente, elas não podem se tornar um outro silo de TI." A análise é de David Goulden, CEO da EMC Information Infraestructure, que abriu nesta terça-feira, 8, o evento Redefine Possible, no qual anunciou vários novos produtos e atualizações para a plataforma XtremIO e o sistema operacional Isilon OneFS.
O slogan do evento, que reuniu a imprensa de vários países em Londres, na Inglaterra, adota o conceito de "redefinir" para nortear a proposta da fornecedora de soluções de armazenamento que, como o próprio termo diz, defende uma nova definição para apoiar os negócios das empresas. Não é por outra razão que Goulden abriu sua apresentação destacando alguns dos desafios que as corporações enfrentam no cumprimento dos requisitos de armazenamento para suas nuvens híbridas. Entre eles, o executivo citou a redução da carga de trabalho (workload) para equilibrar as necessidades de todos os aplicativos em execução e a infraestrutura.
"Com os anúncios de hoje, a EMC está trabalhando para 'redefinir' o que é possível com o armazenamento de nuvem híbrida e introduzindo vários novos produtos e soluções com o propósito de reduzir drasticamente o TCO [custo total de propriedade] dos aplicativos e acelerar a entrega desses aplicativos em sua jornada para a nuvem", ressaltou.
Dentre os anúncios está a nova versão, a 3.0, do XtremIO, um storage array que, segundo a empresa, oferece uma melhora substancial no desempenho de I/O. Desenvolvido especificamente para aproveitar mídia flash, o XtremIO, conforme o presidente de produtos e marketing da EMC, Jeremy Burton, oferece novos níveis de desempenho real, facilidade de gerenciamento e serviços de dados avançados para aplicativos.
Escala de petabyte
De acordo com Burton, o storage array já acumulou mais de US$ 100 milhões em demanda para a EMC em menos de seis meses de disponibilidade do produto para comercialização, tornando-se um dos arrays flash de mais rápido crescimento no mercado. Ele explica que a nova versão do XtremIO teve seu código atualizado, o que garante ganhos significativos em segurança, capacidade, desempenho e funcionalidade. "Também foi incluído um novo in-memory, metadados instantâneos que permitem criar instantaneamente cópias de aplicações de alto desempenho, em escala de petabyte."
"Os clientes estão lidando com a realidade e os desafios da gestão de uma variedade de cargas de trabalho, ao mesmo tempo em que surgem novas demandas para o desenvolvimento de novas aplicações, tanto no ambiente local quanto na nuvem pública. Não há uma solução de tamanho único. As inovações apresentadas hoje pela EMC entregam aos clientes a base necessária para gerenciar e novas propriedades de aplicativos existentes para acelerar a nuvem híbrida", ressalta ele.
Outra atualização anunciada pela EMC foi a do Isilon OneFS, sistema operacional das soluções de storage da empresa, que combina as três camadas de arquiteturas tradicionais de armazenamento — sistema de arquivo, gerenciador de volumes e proteção de dados. A nova versão do sistema inclui suporte para Hadoop Distributed File System (HDFS), sistema de arquivos distribuído baseado na plataforma de dados de mesmo nome, o que, segundo Burton irá ajudar os clientes a acelerar significativamente as capacidades de inserir, armazenar, proteger e gerenciar grandes volumes de dados não estruturados.
A nova versão do Isilon e as novas soluções também reforçam o scale-out — ou seja, a capacidade de escalar ou adicionar mais sistemas para suportar Data Lakes, uma nova abordagem para informações compiladas criada pela Pivotal, divisão da EMC que fornece plataformas tecnológicas como serviço (SaaS), cuja operação vai se tornar independente ainda neste ano, quando sera feito seu spin-off (separação). Os Data Lakes estão ganhando popularidade como repositórios altamente escaláveis para armazenamento de dados de uma ampla variedade de fontes. As plataformas Isilon X210 e X410 são as mais recentes adições ao portfólio. A empresa também irá oferecer um bundle do Data Lake Hadoop que permitirá às empresas melhorar seus processos de backup e replicação enquanto desenvolvem seus projetos de big data.
Nuvem híbrida
Além das duas atualizações, foi lançada a família VMAX3, que permite aos departamentos de TI criarem sistemas de armazenamento para superar as restrições físicas das arquiteturas de array e tenham o controle de onde é melhor para executar cargas de trabalho específicas, dentro do data center ou na nuvem pública. A plataforma foi desenvolvida para consolidação e automação em ambientes de data center virtual, e é a base para a nuvem híbrida, segundo a empresa.
Os três novos modelos VMAX3 estarão disponíveis ainda neste ano e irão integrar o sistema aberto de armazenamento convergente Hypermax OS, que possibilita a incorporação de serviços de infraestrutura de armazenamento, tais como acesso a nuvem, mobilidade e proteção de dados diretamente para seus arrays. De acordo com Burton, o sistema operacional pode ajudar as empresas a reduzir o TCO em até 50%.
A EMC também anunciou a disponibilidade do ViPR 2.0 e ViPR SRM 3.5, plataformas de armazenamento definido por software — segundo a empresa, elas tornam mais fácil gerenciar qualquer infraestrutura de armazenamento —, além da aquisição da TwinStrata, o que permitirá fornecer novos recursos de acesso nuvem incorporado aos clientes com sua tecnologia de hierarquização e cloud. Os detalhes financeiros do negócio não foram revelados.
* O jornalista viajou a Londres a convite da empresa
