Microsoft anuncia baixa contábil de US$ 7,6 bi e o fechamento de 7,8 mil postos de trabalho

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A Microsoft anunciou nesta quarta-feira, 8, que irá fechar até 7,8 mil postos de trabalho e realizar uma baixa contábil de US$ 7,6 bilhões relacionados à reestruturação da divisão de celulares Nokia. Além da depreciação de ativos, que incidirá no balanço do seu quarto trimestre fiscal, a fabricante de software disse que também terá um encargo com a reorganização de suas operações de US$ 750 milhões a US$ 850 milhões. A expectativa da empresa é que todas as mudanças estejam concluídas até o fim deste ano.

Em 2014, a Microsoft comprou a divisão de celulares da Nokia por US$ 7,2 bilhões e, desde então, vinha tentando reestruturá-la. A baixa contábil de US$ 7,6 bilhões refere-se à dispensa de pessoal, mais a depreciação da compra da unidade de telefonia móvel da fabricante finlandesa.

Em comunicado na página de relações com investidores, a Microsoft diz que as medidas visam alinhar as operações com as prioridades da empresa, as quais incluem também a recente mudança na equipe de engenharia e em alguns postos da diretoria, bem como as negociações com o Uber, aplicativo de caronas que viabiliza corridas particulares, para a venda da unidade de mapeamento da Nokia, conhecida como Here, além do encerramento do negócio de publicidade na web, cujas operações serão transferidas à AOL e à AppNexus.

"Estamos mudando a estratégia de fazer crescer um negócio de telefonia que funciona sozinho para uma estratégia para crescer e criar um ecossistema vibrante baseado no Windows, incluindo nossa família de dispositivos first-party", disse o presidente-executivo Satya Nadella em um e-mail aos empregados. A maioria dos cortes ocorrerá nonegócio de telefonia — o termo first-party devices designa, na indústria de hardware, um fornecedor que se especializa em produzir equipamentos ou parte deles exclusivamente para uma única marca.

Reformulação na diretoria

A compra da divisão de celulares da Nokia — cujo valor total, na realidade, foi de US$ 9,5 bilhões, incluindo US$ 1,5 bilhão em caixa que foi adquirido —, ainda na gestão de Steve Ballmer, teve como objetivo fazer da Microsoft um player relevante no mercado de smartphones. Mas, em vez disso, o sistema operacional da empresa para dispositivos móveis, o Windows Phone, perdeu participação de mercado. Numa tentativa de reverter a situação, no mês passado, a Microsoft promoveu uma profunda reformulação no quadro de executivos do negócio de smartphone, o que culminou na saída do ex-CEO da Nokia, Stephen Elop.

A Microsoft disse que as perspectivas futuras para o segmento de telefonia móvel estão muito abaixo das expectativas iniciais. E não é de hoje. Recentemente, a empresa emitiu comunicado que planejava cortar custos no negócio de smartphones e em outras unidades de hardware. No ano passado, a unidade Nokia já havia sido alvejada pelo corte de milhares de empregos, que resultou numa das maiores demissões na história da Microsoft. Em 31 de março, a companhia informou à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regula as empresas cotadas em bolsa nos EUA, que havia cortado 18 mil postos de trabalho.

O plano de reestruturação da Nadella inclui reduzir drasticamente o número de modelos que a empresa vai lançar — normalmente a empresa lançava um aparelho por semana, considerando o mercado mundial. Em vez disso, a Microsoft lançará um a dois modelos por ano em cada uma das três categorias. A empresa também vai sair dos mercados e encerrar as relações com operadoras em que não tenha sido bem-sucedida.

As ações da Microsoft, que já caíram 4,6% neste ano, abriram o pregão no pre-market da Nasdaq, nesta quarta-feira, 8, com ligeira alta de 0,6%, negociadas a US$ 44,57.

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