A Apple deve apresentar nesta quarta-feira, 9, em sua conferência em San Francisco, na Califórnia, os novos iPhone 6s e o iPhone 6s Plus e, segundo alguns rumores, um novo iPad e uma nova versão do set-top box Apple TV com a assistente de voz Siri. Além disso, durante o evento, a empresa deve dar mais detalhes do iOS 9, novo sistema operacional móvel, e do OS X El Capitan, versão do sistema para computadores Macintosh.
Os lançamentos, segundo analistas, são parte da estratégia da Apple para tentar impulsar as vendas no período de Natal e Ano-Novo. Mas, embora deva contribuir para aquecer os negócios, a perspectiva é que as vendas ocorram em uma escala bastante inferior a do iPhone 6 e iPhone 6 Plus, segundo previsão do analista John Butler, da Bloomberg Intelligence, ouvido pelo USA Today. "Tampouco é possível imaginar que as vendas deverão crescer na faixa de 30% como ocorreu após o lançamento da nova família de smartphones", completa Toni Sacconaghi, analista da Bernstein Research. Ele prevê que as vendas do iPhone 6s deverão subir 3%, totalizando 237,6 milhões de unidades no ano fiscal que começa em outubro.
Nos oito anos de existência do iPhone, desde que Steve Jobs apresentou o smartphone ao mundo, a empresa tem registrado recordes de vendas, que poucas podem igualar. Nesse período, a Apple acumulou lucro atrás de lucro e suas ações subiram constantemente, elevando seu valor de mercado acima de US$ 700 bilhões, tornando-se a empresa mais valiosa dos Estados Unidos.
O principal responsável por esse desempenho foi o iPhone. As vendas unitárias do smartphone cresceram mais de 30% em cada um nos últimos três trimestres, na comparação com iguais períodos do ano anterior. Somente no terceiro trimestre do ano fiscal, as vendas subiram 35% em relação ao ano anterior.
Apesar da perspectiva otimista da empresa, os consumidores ainda estão aguardando um produto da Apple capaz de provocar uma ruptura no mercado, como ocorreu com o iPhone. Muitos acreditavam que o relógio inteligente Apple Watch pudesse reopresentar essa mudança, mas até agora isso não se cumpriu. Outra "estrela cadente" da Apple, o iPad, está lentamente desaparecendo. Até mesmo a tecnologia relacionada ao carro autônomo, tida como capaz de trazer uma inovação de ruptura, ainda está distante de se tornar realidade.
"Todos querem saber qual é a próxima grande tecnologia", diz Jerry Kim, professora assistente de gestão na Columbia Business School. "Quanto mais tempo ela leva, as pessoas ficam mais ansiosas. Criar um produto de transformador é difícil, especialmente sem [Steve] Jobs."
As ações da Apple têm sido duramente atingidas nos últimos meses devido às preocupações com a desaceleração da economia na China, segundo maior mercado da Apple. Os papéis da empresa, que lideraram a bolsa no ano passado, já caíram 19% no período de 52 semanas fechado em abril.