Desde que assumiu a presidência da NEC do Brasil, em setembro do ano passado, Daniel Mirabile, promoveu uma reorganização no modo de atuação da empresa, com foco bem determinado entre as áreas de engenharia de entrega e a de vendas, promovendo uma mudança estratégica focadas em soluções por verticais de negócios, como operadoras de telecomunicações, varejo, saúde, educação e hotelaria. Apesar de não revelar números, a empresa deve sair de uma situação de prejuízo em 2014 para um crescimento por volta de 20% em 2015.
‘’Viajei ao Japão para me inteirar sobre as tecnologias inovadoras que podem ter aderência ao mercado brasileiro, promovemos a implantação de projetos pilotos com os clientes, inclusive com apoio de técnicos japoneses que vem a Brasil, de forma que eles se beneficiem da vantagem competitiva que nossa tecnologia pode oferecer. Sempre faço as perguntas por que o cliente vai comprar uma solução e por que vai comprar da NEC’’, diz Mirabile.
“A NEC não fala mais em solução abrangente de Cidade Inteligente, mas sim de aplicações que podem estar debaixo desse conceito, como, por exemplo, o uso de big data numa aplicação de prevenção de desastre de recursos naturais na área de segurança pública’’, exemplifica.
As soluções tradicionalmente aplicadas em segurança pública, como estão sendo desenvolvidas para outros segmentos, como o AFIM – Automatic Fresh Items Management e Field Analyst, ambos voltados ao setor do Varejo.
Mirabile explica que cada vez mais as pessoas preferem fazer compras em minimercados e mercados de bairro mais vezes por mês, ao invés de compras mensais como antigamente. “O comportamento da sociedade impacta nos negócios das lojas, que precisam evoluir seus atuais sistemas de gestão de estoque, previsão de compras e segurança. Para isso, a NEC lança soluções inovadoras baseadas na mais alta tecnologia. Tudo isso a um custo bem acessível e que pode facilmente ser pago com as economias geradas pela redução das perdas, tais como estoque, furtos e roubos. O retorno desses investimentos é bem interessante e um ótimo negócio para os executivos do varejo”.
A solução Field Analyst usa a tecnologia de contagem de pessoas, reconhecimento de gênero, faixa etária e expressão facial para suportar grandes varejistas, bancos, escolas, universidades, hospitais e empresas de transporte público, com o objetivo de obter um controle do perfil de visitantes para reforçar a segurança e também para maior assertividade de campanhas de marketing e propagandas.
A AFIM é um sistema automático de planejamento de compra de produtos, transparente aos sistemas de gestão existentes, que utiliza em seu algoritmo as tecnologias big data, analytics e inteligência artificial para cruzar diversas informações, como dados históricos de vendas, localização da loja e dados futuros, como previsão do tempo, eventos na região e futuras campanhas de marketing, entre outros.
“Com estas informações consolidadas, é possível gerar cenários ideais de compras para que o estoque esteja de acordo com a demanda da loja, tudo em tempo real, evitando perdas. Comparado a sistemas similares de mercado em um grande cliente, o sistema chegou a evitar até 66% em perdas. Como resultado, é possível observar uma previsão de compra com alto índice de assertividade, evitando, assim, o descarte por validade expirada, em função da compra excessiva e também a perda de venda por falta de produto na prateleira em função da compra insuficiente”, explica.
‘’Essa tendência de minimercados de bairro, onde poucos funcionários fazem a gestão total do estabelecimento, pode ser apoiada com o uso dessa tecnologia, pois pela falta de espaço os estoques tem que ser mais bem gerenciados, pode se ter uma visão da gôndola, do caixa e inclusive dos arredores do prédio para se prevenir assaltos. No item marketing, quando se tem a visibilidade através de câmeras nas gôndolas de que o cliente retirou da prateleira um determinado produto e colocou no carrinho, ele pode receber uma mensagem para adquirir outro produto complementar com desconto ou mesmo uma proposta de produto concorrente’’, complementa Mirabile.
Saúde
“A companhia está com projeto piloto num grande laboratório de análises clinicas com a solução chamada e-Pathologist, um sistema de apoio à decisão de patologia baseado em ‘‘inteligência de máquina” para detectar características de tecidos e células e fazer medições quantitativas de estruturas chave em imagens digitalizadas de lâminas de tecido, para ajudar os patologistas na tomada de decisões que possam contribuir para a clínica controle do câncer.
Com o advento dos scanners rápidos que geram imagens digitais de lâminas de tecido, o fluxo de trabalho do laboratório de patologia pode ser reforçada de uma forma rentável, aproveitando as vantagens de imagens digitais para análises quantitativas e semiquantitativas. Devido ao aumento de número de casos que requerem amostras de tecidos a avaliação por patologistas também aumenta. Com o uso do e-Pathologist pode-se me melhorar o atendimento ao paciente devido à rapidez na obtenção dos resultados dos exames. Ele é otimizada para cada órgão, tal como o estômago, intestino grosso, glândula mamária, etc.
Outros setores
A NEC conta também a solução para o setor de hotelaria Hotel in a Box – Smart Hospitality que faz desde a integração dos sistemas dos hotéis com a personalização de serviços entregues aos clientes com custos mínimos até a implementação de sistemas de segurança aos hóspedes, utilizando tecnologia de ponta de reconhecimento facial, que possibilita a identificação de pessoas suspeitas, oferecendo mais segurança ao hotel e aos seus clientes.
A solução NeoFace Watch & Review é sistema de biometria que tem a finalidade de identificar pessoas reconhecida pelo NIST (National Institute of Standards and Technology), em virtude de seu alto nível de precisão. Ela faz a Detecção de Comportamento e Multidões, com uso de tecnologia avançada de imagens, vídeo analytics e uma base em parâmetros para detectar, automaticamente e em tempo real, comportamentos suspeitos ou objetos abandonados nos locais onde é instalada.
Para seu tradicional mercado de telecomunicações, a empresa investe em virtualização de redes, com as tecnologias de virtualização de funções de rede, que inclui o vCPE – Virtualized Customer Premisses Equipment, vEPC – Virtualized Enhanced Packet Core, vDC – Virtualized Data Center e a sua proposta de ecossistema de parceiros para virtualização, o SDN Partner Space.
“As redes das operadoras são baseadas em aplicações, hardwares e softwares dedicados. Para aumentar sua capacidade ou atualizá-las, é necessário efetuar a implementação de mais equipamentos ou atualizar diversos softwares em diversos equipamentos diferentes. Ao adotar os sistemas de virtualização, a operadora maximiza os recursos de hardware, centraliza as funções de redes (tais como atualizações de software ou criações de novas funcionalidades), otimiza recursos de operação e manutenção, reduzindo drasticamente o custo (tanto OPEX quanto CAPEX) e agiliza as ofertas de novos serviços de valor agregado aos usuários finais. Por isso, a importância destas soluções”, afirma o executivo, enfatizando que ‘’temos operadoras clientes e experiência na implantação dessa tecnologia.”
