Depois de investir mais de R$ 300 milhões na primeira fábrica de chips do país, o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), o Ministério da Ciência e Tecnologia anunciou que o chip, que permite o monitoramento de rebanhos de gado, está pronto para ser comercializado.
O presidente do Ceitec, Cylon Gonçalves da Silva, disse que o chip do boi, como é chamado, é o primeiro produto comercial do centro. Segundo ele, os testes foram iniciados na cidade de Presidente de Morais, interior de Minas Gerais, em novembro do ano passado. Em parceria com Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o chip foi testado em 250 vacas leiteiras e teve 100% de funcionamento.
De acordo com o MCT, o chip é armazenado num equipamento que se assemelha a um brinco implantado na orelha do animal e registra informações captadas por meio de um leitor eletrônico de tecnologia RFID (identificação por radiofrequência).
Cylon explica que o próximo passo da Ceitec é avançar os estudos sobre o chip para que o produto tenha condições de coletar maior quantidade de informações sobre o animal. "Pretendemos alcançar até 2014 o certificado ISO (International Organization for Standardization) para atender as demandas de nossos potenciais clientes", disse ele. Com o equipamento, a pesagem do boi é feita em poucos minutos e os erros no controle manual do gado são eliminados, já que a organização das informações é totalmente eletrônica. O custo do chip é de R$ 3, menos da metade do valor de chips similares importados, segundo o MCT.
Para o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, o produto também permite maior valor comercial da carne bovina, pois o gado rastreado impulsiona a exportação brasileira. "O chip armazena o histórico do boi, por onde passou, quando foi vacinado, quem são os pais. O produto é importante para garantir a qualidade e a rastreabilidade da carne que estaremos vendendo para o exterior", avaliou.
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