Até o fim de agosto, a Diebold Procomp deve entregar as 165 mil urnas eletrônicas adquiridas pelo Tribunal Superior Eleitoral para as próximas eleições. Para cumprir esse prazo, a fábrica da empresa, instalada em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, está operando em tempo integral, produzindo 2 mil unidades por dia. As novas urnas, que serão usadas nas eleições de outubro nas 65 cidades escolhidas para testar os equipamentos, trazem novos sistemas inteligentes de identificação, como biometria e foto, e são equipadas com o chip Atom, da Intel.
De acordo com o vice-presidente de tecnologia da Diebold Procomp, Carlos Alberto de Pádua, o custo máximo de cada urna estabelecido pelo edital do TSE era R$ 1,7 mil, mas a empresa venceu a concorrência com uma oferta de R$ 1,2 mil. Um dos fatores decisivos para que pudesse baixar o custo de produção da máquina, segundo ele, foi a troca do processador AMD, usado nas urnas produzidas anteriormente pela empresa, pelo da Intel.
A nova urna eletrônica com chip Atom está sendo apresentada pela primeira vez ao mercado, com autorização especial do TSE, no Ciab 2010, congresso e exposição de tecnologia da informação para instituições financeiras, que acontece em São Paulo até sexta-feira, 11. Pádua informa que a Diebold hoje responde por 90% do parque de urnas eletrônicas no país, que totaliza cerca de 500 mil equipamentos. Ele explica que, após as eleições, a linha de produção de urnas em Santa Rita do Sapucaí será desativada, mas diz aguardar com expectativa a decisão do novo presidente do TSE para renovação do parque, com a substituição das urnas antigas por equipamentos como recursos de biometria e de identificação por foto.
Essa também é a esperança da Intel, que vê a urna eletrônica como estratégica para a difusão do chip Atom em dispositivos eletrônicos. A estimativa da fabricante é que até 2015 cerca de 15 bilhões de dispositivos estarão interconectados. De acordo com o vice-presidente de serviços para a América Latina da Intel, Américo Tomé, grande parte deles serão equipamentos do dia-a-dia como televisores e smartphones de alto desempenho. "O Atom viabilizou a entrada da Intel em outros segmentos, e um exemplo disso é a urna eletrônica", ressalta ele, ao adiantar que até o fim do ano a empresa colocará no mercado um novo processador que vai possibilitar uma interconectividade maior entre esses dispositivos.
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