Transformação digital: elevando a experiência do cliente e a inteligência operacional

0

Em um mercado cada vez mais saturado de discursos e escasso em execuções transformadoras, é preciso tomar uma decisão radical: acelerar o futuro, agora. Um caminho para estimular essa jornada é promover a total reengenharia tecnológica. Uma transformação digital real, com entregas concretas, mensuráveis e impactantes — do atendimento à governança, da experiência do cliente à inteligência operacional.

Uma possível alternativa é redesenhar a central de atendimento, substituindo fluxos lineares e sistemas desconectados por uma plataforma omnichannel hiperpersonalizada:  criar bots com IA embarcada no WhatsApp, entendendo contexto e intenção com NLP avançado — garantindo resoluções rápidas, humanas e consistentes.

Como resultado, é possível reduzir as transferências para atendimento humano, o que alivia a carga operacional e aumenta a produtividade por atendente. Não só, ajuda a reduzir o retrabalho e evita erros manuais. Desta forma, a experiência do cliente torna-se fluida, inteligente e assertiva, pois ele pode ser atendido no canal da sua preferência, com uma linguagem que compreende e no tempo que espera.

É possível afirmar que a personalização já não é mais um diferencial — é uma expectativa. Segundo o estudo da McKinsey 'Next in Personalization Report', 71% dos consumidores esperam algum nível de personalização, enquanto 76% se sentem frustrados quando ela não existe. O estudo reforça o impacto: empresas que se destacam em personalização geram 40% mais receita do que aquelas que não adotam essa estratégia[i].

Outro meio eficaz é através da adoção de uma governança de infraestrutura inspirada no framework COBIT, um guia que ajuda empresas a melhor organizar e controlar a área de tecnologia, garantindo seu bom funcionamento e sua segurança. Sua adoção deve se dar não como obrigação, mas como base para um crescimento sustentável.

Nesse cenário, a segurança da informação assume um papel estratégico. Medidas como a proteção reforçada dos dispositivos, o controle rigoroso de acessos remotos, o monitoramento constante da rede e um plano de continuidade bem estruturado ajudam a reduzir riscos, garantir a estabilidade das operações e preparar a empresa para responder com agilidade a imprevistos.

A adoção de EDRs (detecção e resposta de endpoint) para proteção de endpoints, a autenticação multifator em VPNs, o monitoramento contínuo da rede e um plano de continuidade testado regularmente são ações que reforçam a resiliência, reduzem riscos operacionais e elevam a maturidade tecnológica da organização. Como resultado direto, há a ampliação da confiabilidade, mitiga-se riscos regulatórios e a empresa prepara-se para escalar com segurança.

Transformar é decidir com mais precisão. Com uma cultura data-driven e ferramentas como o Power BI, é possível obter inteligência operacional robusta. Dashboards em tempo real e relatórios interativos trazem visibilidade sobre áreas críticas — como vendas, atendimento e desempenho — permitindo decisões baseadas em dados. A gestão se torna mais ágil, com identificação rápida de gargalos e oportunidades, além de garantir governança com monitoramento contínuo de KPIs (indicadores-chave de desempenho). Cada líder passa a contar com um cockpit digital de gestão na palma da mão.

Apresento dois exemplos práticos e eficazes. O primeiro é o onboarding 100% digital, com biometria facial e validação por IA, que aumenta a escalabilidade com controle. A digitalização completa — da entrega à verificação de documentos — elimina etapas manuais, reduz a burocracia e acelera a ativação de clientes. Os resultados incluem menos erros, rastreabilidade total, maior conformidade, menor custo por ativação e melhor experiência para o usuário.

O segundo, focado na digitalização da jornada dos representantes comerciais, é um passo decisivo para aumentar a autonomia e eficiência. A implementação de painéis de desempenho semanais, automação no envio de notas fiscais e integração do ciclo de pagamento comissionado ao ERP. O impacto é o aumento na produtividade da equipe de vendas, redução de custos administrativos, diminuição de conflitos operacionais e maior engajamento, com visibilidade e confiança nos processos.

A transformação vai além da digitalização: é uma estratégia disruptiva. A TI deixa de ser suporte e torna-se plataforma de inovação, promovendo crescimento com escalabilidade e qualidade. Cada avanço reduz custos, aumenta a eficiência e melhora a experiência do cliente, com foco em ROI operacional. O roadmap inclui IA generativa na jornada do cliente, DevSecOps (Development, Security and Operations – abordagem moderna para desenvolvimento de software que integra a segurança desde o início do processo) integrado ao negócio, automação preditiva com base histórica e malha de dados conectada a APIs para decisões em tempo real.

Em resumo, para a transformação digital ser eficaz deve estar focada em resultados claros: crescimento, controle e encantamento. Com isso, observa-se uma operação mais inteligente, segura, escalável e centrada no cliente, gerando valor real. A tecnologia só se justifica quando transforma custo em lucro, processo em experiência e dado em decisão, e é exatamente isso que pode ser alcançado.

Jonathans Gomes de Lima, CTO da Evoy Consórcios.

[i] McKinsey & Company [homepage da internet] The value of getting personalization right—or wrong—is multiplying. Disponível em: https://www.mckinsey.com/capabilities/growth-marketing-and-sales/our-insights/the-value-of-getting-personalization-right-or-wrong-is-multiplying

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.