As redes sociais já ocupam boa parte da vida das pessoas ao redor do mundo. No Brasil, já ultrapassamos a marca de 100 milhões de pessoas conectadas à internet, a esmagadora maioria com perfil on-line em algum tipo de rede social. Em um cenário que não para de crescer, a tecnologia assume um novo papel como instituição de ensino e referência.
Todos os dias este enorme contingente utiliza sites como Google, Facebook, YouTube, MySpace, Flickr, Twitter, Instagram, Orkut e LinkedIn, entre outros mecanismos, para se relacionar, pesquisar conteúdos, curtir amigos, vídeos e fotos, além de se manter atualizado sobre seus temas de interesse e se sentir e fazer parte de diversos grupos na web. As fontes de informação são vastas e também altamente desfragmentadas.
O educador, antes símbolo de conhecimento e fonte de respostas confiáveis, hoje segue na segunda hipótese de referência e consulta na cabeça das crianças, jovens e de muitas pessoas em geral. Em uma consciência coletiva virtual que reflete nosso real universo, a internet passou a ter um papel importante na geração de conhecimento e aprendizagem do indivíduo. Mas como confiar?
A internet é um mundo amplo com locais incríveis, entretenimento e fonte inesgotável de atividades e informações. Sob outra ótica, muitas vezes é personagem perigoso, obscuro e ainda mal organizado em várias áreas, funcionando como faca de dois gumes. Na “Era do Ctrl C + Ctrl V”, o ambiente virtual expõe a todos de maneira nunca vista antes.
O tempo hoje representa um dos maiores valores de liberdade e a tecnologia deve contribuir para a otimização das buscas, aprendizagens e necessidades das pessoas. Com mil possibilidades, a internet pode ser benéfica para quem deseja obter e produzir conhecimento e extremamente prejudicial se os objetivos forem contrários.
Vivemos em um momento contemporâneo onde a maior significância dos saberes é dinâmica e muda todos os dias. Em apenas algumas décadas atrás o indivíduo graduado acabava garantindo uma posição consolidada no mercado e quase sempre passava muitos anos em um mesmo local.
Esta cultura praticamente ficou para trás, e a rotatividade do mercado de trabalho é cada vez maior, inclusive com a criação de posições nunca antes sonhadas, como a prestação de serviços a distância, o chamado home office, em franco crescimento mundo afora.
O conhecimento livre e aberto oferecido pela internet proporciona às pessoas a capacidade de aprender, reciclar e atualizar suas áreas de conhecimento e formação. O corpo que não se move não se atualiza, logo fica para trás.
O conhecimento saiu de dentro das grandes instituições, empresas e centros, e hoje se encontra a um toque de distância de cada pessoa, disponível, dinâmico e altamente rico. Está presente não somente em desktops, mas circula entre os mais variados dispositivos móveis, como tablets, smartphones, TVs e, mais recentemente, por meio de óculos com o novo Google Glass. A web caminha cada vez mais para a liberdade do meio e da forma.
Se para obter informações, as gerações nascidas até o início dos anos 1980 ainda precisavam consultar aquela enciclopédia comprada na porta de casa, ir à biblioteca da escola ou da cidade ou à hemeroteca, os adolescentes e crianças de hoje só precisam fazer uma rápida pesquisa no Google.
O futuro das redes sociais, da educação e da evolução da nossa sociedade repousa na organização dos conhecimentos e na confiança das informações disponíveis e processadas na internet, um infindável celeiro de ideias para o desenvolvimento de todos.
*Arthur Piccolo é sócio-fundador e CEO da startup Bilgow, estabelecida em 2012 em São Paulo.
Excelente texto! É assustador se pensarmos como esse cenário surgiu e mudou tudo tão drasticamente em tão pouco tempo.