Com a desregulamentação provocada pelo Open Bank, a entrada em operação do PIX nos próximos meses, aliados ao forte crescimento do número de fintechs de diferentes serviços financeiros, o interesse de grandes empresas do setor começar a aparecer.
Nesta quarta-feira, 9, a Temenos promoveu um coletiva de imprensa para reforçar sua estratégia de investir no mercado brasileiro, onde atua desde de 2015, “para atender a demanda crescente da sociedade e das necessidades de implementação de novas tecnologias nas redes bancárias, como a Inteligência Artificial, os bots e as APIs vieram para ficar e serem aprimoradas”.
“Continuaremos investindo, crescendo nossa presença, com a meta de que pelo menos 50% de nossos negócios LATAM sejam feitos localmente no Brasil”, disse Álvaro Bacellar, vice-presidente de Serviços da Temenos para a América Latina, acrescentando que o Brasil é um mercado estratégico, pois a cada dois dólares gastos em tecnologia bancária na América Latina, um dólar é gasto no Brasil.
A Temenos AG, com sede em Genebra, com receitas de quase US$ 1 bilhão em 2019, tem mais de 3.000 bancos como clientes em todo o mundo, incluindo 41 dos 50 principais bancos, que processam transações diárias e interações de mais de 500 milhões de clientes bancários.
No Brasil tem um escritório desde 2015, com clientes como ITAU com uma solução na nuvem de Gestão de Patrimônio Internacional; C6 Bank com uma solução de Conta Global também em nuvem; e o ITAU BBA com uma solução de Gestão de Caixa Corporativa On Premises que está também migrando para nuvem.
Bacellar explica que “foi demonstrado que o software Temenos permite que seus clientes de melhor desempenho atinjam uma relação custo-benefício de 26,8% e um retorno sobre o patrimônio líquido de 29,0%; 3 vezes superior à média da indústria. Esses clientes também gastam mais de 51% de seu orçamento de TI em crescimento e inovação vs. manutenção, que é 2 vezes melhor do que a média do setor; o que mostra que o investimento em TI dos bancos está agregando valor tangível aos seus negócios!.
O Temenos oferece software de administração de front-end, core banking, pagamentos e administração de fundos, nativo e independente da nuvem e orientado por IA, permitindo que os bancos ofereçam experiências omnichannel sem atrito e obtenham excelência operacional. Ela é agnóstica em termos de nuvem, trabalhando com todos os players do mercado.
Estudo
Durante a coletiva, Bacellar apresentou alguns dados do mercado financeiro, como o estudo da EIU e Temenos que mostra que 29% dos executivos de bancos acreditam que as “empresas de pagamento” são a principal ameaça para seus negócios principais. Em segundo lugar, eles se preocupam com o risco de perder market share no negócio de Investment Management, um dos segmentos mais lucrativos. Somando-se a isso, ainda há as Big Techs, que possuem tecnologia, dinheiro, relacionamento e confiança com o cliente para ameaçar os participantes tradicionais do mercado financeiro. E ainda há as gerações Millennial e Z, que confiam mais em seus serviços de compra online e plataformas de mídia social do que em bancos tradicionais.
“Não há razão para acreditar que o setor bancário brasileiro seria imune a essas mudanças, quando os “Neo Banks” já constroem modelos de negócios 100% digitais, principalmente focados nessas gerações e onde os serviços básicos não são cobrados”, afirma Bacellar.
Segundo ele, para os bancos, o Neo Bank é apenas digital, com abordagem específica para cada segmento de cliente, com velocidade de comercialização e projetado para ser executado na nuvem, com baixo custo e análises inteligentes. Para o usuário final, essa mudança faz toda a diferença, com a agilidade de apenas um canal, personalização, contas sem complicações, interfaces fáceis de usar, acesso rápido por smartfones, facilidade em aprovação de empréstimos e vários serviços virtuais, além de transparência e pagamentos fluídos.
Acesso aos desbancarizados
No Brasil existem aproximadamente 45 milhões de pessoas sem conta bancária, o que representa 1/5 da população sem acesso a serviços financeiros. Os entraves às contas bancárias incluem custo, burocracia e falta de acesso a uma agência bancária. “A tecnologia possibilita a acessibilidade e impulsiona a economia local, apoia pequenas empresas e promove igualdade para as mulheres”, afirmou o executivo.
As soluções da Temenos permitem que as instituições financeiras alcancem os sem-banco com uma relação custo-receita aprimorada, custos reduzidos ao alavancar a nuvem, soluções em pacotes e experiências digitais aprimoradas com o Temenos Infinity. Um exemplo disso é a Nuestra Caja (NuCa) no México, que dobrou o tamanho de sua base de clientes e expandiu seu negócio de empréstimos em 30%. Ou como a ARB Apex, com sede em Gana, na África, um usuário de longa data de Temenos para serviços bancários inclusivos, que utiliza a plataforma Temenos e suporta 700 agências (a maior rede do país) e 7 milhões de contas de clientes.