O ConsumerLab, área da Ericsson que há 20 anos estuda o comportamento dos usuários, acaba de apresentar as 10 tendências de consumo para 2016. Uma delas já mostra que os consumidores acreditam que a inteligência artificial possibilitará, em breve, a interação com objetos sem a necessidade de uma tela de smartphone. Além disso, metade dos entrevistados espera que os celulares se tornem obsoletos nos próximos cinco anos.
O estudo também conclui que a velocidade de adoção de novas tecnologias está mais rápida, tornando os lançamentos mais populares e aceitos assim que são colocados à venda. Com isso, o tempo em que os consumidores mais vanguardistas influenciariam outros usuários a aderir a essas novas plataformas está mais curto.
André Gualda, especialista do ConsumerLab da Ericsson, diz que “algumas dessas tendências podem até parecer futuristas, mas o interesse em novos paradigmas de interação – como a inteligência artificial, a realidade virtual e a conexões em casas ou até em nossos corpos – é bastante forte. Isso significa que em breve poderemos ver novas categorias de produtos de consumo aparecerem – e indústrias inteiras se transformarem – para acompanhar essas demandas.”
As conclusões do relatório reúnem as opiniões de vários entrevistados ao redor do mundo. A pesquisa mais ampla representa 1,1 bilhão de pessoas divididas em 24 países, entre eles o Brasil, e a menor retrata 46 milhões de usuários de smartphones em 10 grandes cidades, como São Paulo.
No Brasil, por exemplo, o estudo de tendências mostrou que 63% dos paulistanos que usam smartphones esperam que, em cinco anos, esses telefones se tornem itens do passado e ainda em São Paulo, 87% dos entrevistados gostariam de usar a tecnologia para melhorar a visão, a memória ou a audição, como pode ser visto nas tendências 3 e 8.
10 tendências de consumo para 2016:
- Estilo de vida conectado. Quatro em cada cinco pessoas sentem que se beneficiam à medida que outras se conectam a internet e compartilham suas experiências e ideias. No Brasil, 51% dos usuários já participam de ações de economia colaborativa.
- A geração do streaming. Adolescentes consomem, por dia, mais conteúdo em vídeo no YouTube do que qualquer outra faixa etária. Segundo o levantamento, 27% dos entrevistados brasileiros que possuem entre 16 e 19 anos passam, pelo menos, três horas por dia assistindo a vídeos na plataforma.
- Inteligência artificial termina com a era das telas. A inteligência artificial vai possibilitar a interação com objetos sem o intermédio do smartphone. Em São Paulo, 63% dos usuários de smartphones acreditam que esses dispositivos móveis serão itens do passado nos próximos cinco anos.
- O virtual se torna real. Consumidores querem usar a tecnologia virtual para atividades cotidianas, como assistir a esportes e fazer chamadas de vídeo. 57% dos paulistanos, por exemplo, querem imprimir sua própria comida no futuro.
- Casas com sensores. 50% dos donos de smartphone em São Paulo acreditam que, nos próximos cinco anos, os tijolos usados para construir casas podem incluir sensores que detectam mofo, vazamento e problemas com eletricidade. Para que isso se torne realidade, o conceito de casas inteligentes precisa ser repensado do zero.
- Passageiros conectados. Usuários de transporte urbano querem tornar o seu tempo de trajeto mais produtivo. Ainda mais no Brasil, onde 71% dos habitantes passam mais tempo em trânsito do que em atividades sociais.
- Resposta de emergência. As redes sociais podem se tornar a maneira preferida para acionar serviços de emergência. Em São Paulo, 74% dos usuários também se interessariam em acessar um aplicativo de informações de desastres ou ocorrências.
- Sensores internos. Plataformas aplicadas diretamente no corpo e que monitoram a saúde e o bem-estar podem se tornar os novos dispositivos vestíveis. Essa tendência também é notada em São Paulo, onde 87% dos entrevistados gostariam de usar a tecnologia para melhorar percepções sensoriais e habilidades cognitivas, como a visão, a memória e a audição.
- Tudo pode ser hackeado. A maioria dos usuários de smartphone acredita que ataque de hackers e vírus continuarão sendo um problema. No entanto, como um efeito colateral positivo, 34% dos paulistanos têm mais confiança em uma organização que já tenha sido hackeada, mas que resolveu o problema do que em organizações que nunca enfrentam este tipo de desafio.
- Usuários repórteres. Os consumidores compartilham mais informações online e acreditam que isso aumenta sua influência na sociedade em que vivem. Em São Paulo, 51% dos usuários pensam que denunciar uma empresa com comportamento inadequado nas redes sociais tem mais impacto do que denunciá-la às autoridades responsáveis.