A computação em nuvem tem se destacado cada vez mais no cenário de negócios mundial e virou uma tendência. Para termos uma ideia, um estudo realizado pela ABES (Associação Brasileiras das Empresas de Software) aponta que ela será o elemento-chave da estrutura em TI no Brasil durante 2021, além de que a previsão é que o serviço de nuvem privada atinja cerca de US$ 614 milhões.
Com isso, grandes empresas começam a ter tecnologia para captar seu enorme volume de dados nas nuvens. Tudo isso com soluções de companhias que já têm o cloud computing naturalmente em seu core business. Porém, por mais que os números sejam atrativos, a computação em nuvem ainda é algo muito recente por aqui e tem um grande caminho a percorrer. O que temos visto é que essa adição de tecnologia no mercado é algo que de fato quebrou inúmeras barreiras e criou um modelo totalmente disruptivo. No entanto, eu diria que em uma escala de 0 a 10, o Brasil ainda não atingiu nem a quarta posição se comparado ao resto do mundo em relação à adesão a essa tecnologia.
Isso acontece porque existem empresas que ainda pensam de forma tradicional e não aderiram à computação em nuvem. Por exemplo, quando olhamos a indústria, era totalmente fabril, tinha a preocupação apenas de fabricar. Porém, hoje já existe o conceito da Indústria 4.0, que tem uma preocupação de como produzir no melhor formato e no menor custo, olhando questões como logística e produção e cruzando dados estratégicos para chegar no resultado mais satisfatório.
Devido a estes avanços, as grandes empresas já estão avançadas na utilização, valorização e até transformação de seus dados em ouro. Inclusive, já existe uma forte movimentação para registro de forma segura e em concordância com LGPD, já que o futuro do mercado é pautado em conceitos que têm em sua natureza a análise de informações estratégicas. Mesmo assim, ainda existem companhias que não entendem a falta de tecnologia como uma dor e acabam pagando o preço por isso.
A tendência é que dificilmente veremos transformação digital sem ter uma pauta voltada para soluções em nuvem. O conceito quebrou barreiras e mudou o jeito das empresas trabalharem, de modo que quem não aderir à tecnologia pode ficar para trás e perder negócios. Ela garante vantagens como economia de recursos, já que não é mais necessário investir em data centers físicos para armazenar dados; melhor organização de informações, praticidade e maior foco em projetos estratégicos, pois questões como backup e atualizações são automatizadas, com a equipe podendo se dedicar a atividades mais importantes.
Para que o setor prospere cada vez mais no Brasil, além da conscientização das companhias de que o futuro é digital, é preciso atenção em dois quesitos muito importantes: dados e cyber segurança. As empresas que foram para o cloud computing começaram a fazer seus armazenamentos, criando volumes de dados internos e externos. No entanto, somente ter essas informações não basta, pois é preciso cruzar esses dados, fazer análises sintéticas e analíticas para que possam ser aliados nas tomadas de decisões. É o conceito de data-driven, que cada vez mais toma corpo e dá as rédeas para grandes corporações.
O futuro dos dados também permite comercialização e utilização de informações como insumo. Para viabilizar este mercado, é necessário profunda preocupação e cuidado com a segurança das informações. Para isso, a tecnologia de Blockchain devidamente estruturada garante isso, já que é responsável por registrar detalhes das ações dos seus usuários, sendo totalmente à prova de violação. Da mesma forma que não deixamos a porta de nossa casa aberta durante a noite, é necessário tomar conta das informações cibernéticas, investindo pesado em sistemas robustos para protegê-los de pessoas más intencionadas, garantindo sucesso nos negócios.
Pascoal Baldasso, CEO e fundador da ADTsys.