As empresas brasileiras são as que exercem controle mais rígido no uso de mídias sociais no trabalho. Estudo realizado pela gigante norte-americana de recursos humanos Manpower com 34 mil empregados de 35 países aponta que 55% das companhias no Brasil têm alguma política restritiva de uso de redes sociais pelos empregados, contra 20% na média global.
O relatório revela que o setor de finanças é o que mais controla o uso de sites de relacionamento pelos empregados, com 81%, seguido de transportes, com 65%, e administração pública e educação, com 58%.
Em todo o mundo, o número de empresas que controlam o uso de redes sociais no trabalho é consideravelmente menor que no Brasil. A pesquisa mostra que a região das Américas apresenta uma média de 29% de instituições que admitem controlar redes sociais, sendo 29% no México, 27% no Canadá, Costa Rica e Guatemala, 26% na Argentina e Peru, 25% na Colômbia e 24% nos Estados Unidos.
Na Ásia e no Pacífico, a média de empresas com políticas de controle fica em 25%. Dentre elas, China, 33%, Nova Zelândia, 32%, Austrália, 31%, Hong Kong, 27%, Japão, 25%, Taiwan, 23%, Cingapura, 14% e Índia 11%.
Por fim, a Europa e África apresentaram a menor média de controle, com 11%. Na Polônia, apenas 1% das empresas têm políticas nesse sentido, na França, 2%, Áustria e República Tcheca, 4%, Alemanha e Suíça, 6%, Bélgica, Romênia e Suécia, 7%, Grécia, Itália e Espanha, 10%, Hungria e Noruega, 11%, Holanda, 13%, Irlanda, 15%, Reino Unido, 22%, e África do Sul, 40%.
De acordo com a Manpower, dos quase mil empregadores brasileiros entrevistados, 77% afirmam que evitam a perda de produtividade com o uso de mídias sociais. Para 32%, a regulamentação protege informações confidenciais das companhias.
"Podemos notar que as políticas para mídias sociais ainda estão focadas no gerenciamento de riscos, e não na maneira como as organizações podem aproveitar essas ferramentas em benefício dos empregados e do negócio", observa Pedro Guimarães, diretor comercial da Manpower no Brasil.
Na opinião dele, a adoção de uma política restritiva de uso das redes sociais pode ser prejudicial às empresas, já que ignoram todo o potencial das mídias sociais – especialmente em um cenário em que funcionários se mostram desmotivados com suas funções atuais ou em que os talentos estão muitas vezes espalhados.
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