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Relatório traça perfil da economia digital brasileira

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A McKinsey divulgou um relatório de 191 páginas sobre a economia digital brasileira, incluindo indicadores macroeconômicos, tendências da Internet, fatos sobre investimentos e dados sobre o panorama geral de empreendedorismo e inovação.

O relatório foi desenvolvido em colaboração com o Brasil no Vale do Silício, um movimento liderado por estudantes que teve início na Universidade de Stanford e cuja missão é melhorar a competitividade e a relevância global do Brasil por meio de tecnologia e inovação.

“O Brasil está em um ponto de inflexão econômica com o crescimento do PIB, maior confiança do consumidor e da indústria, menor risco do país, forte desempenho dos mercados de capitais e tendências digitais altamente encorajadoras”, disse Nicola Calicchio, sócio da McKinsey.

“Enquanto o ecossistema de startups está mostrando fortes sinais de crescimento saudável, o país ainda não cumpriu sua promessa no cenário global devido a lacunas significativas na produtividade e na infraestrutura pró-negócios”, diz o executivo.

A consultoria informa que a economia brasileira está melhorando novamente, com o crescimento real do PIB projetado em 2,7% em 2020, comparado a -3,6% em 2015, 1,1% em 2017 e 1,2% em 2018. Taxas de juros e inflação, bem como risco país criaram ambiente de investimento. No entanto, o Brasil só registrou ganhos de produtividade de 1,3% ao ano desde 1990 (contra 5% para a Índia e 8,8% para a China).

Mais de 2/3 dos brasileiros têm smartphones e gastam em média 9 horas conectados à Internet todos os dias (contra 6 horas nos EUA), um dos mais altos do mundo. No entanto, as velocidades da Internet a 13 Mbps ainda são muito inferiores às economias desenvolvidas e atrás da média global de 31 Mbps.

O Brasil tem alguns dos consumidores digitais mais ávidos do mundo. Por número de usuários, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial para o WhatsApp, o segundo para o Instagram, o terceiro para o Facebook, o terceiro para o LinkedIn, o segundo para o Pinterest e o segundo para o Waze.

No entanto, o e-commerce ainda está atrasado em relação às nações mais desenvolvidas, com 6% do total de vendas no varejo (comparado a 20% para a China e 12% para os EUA).

O ecossistema global de startups do Brasil está crescendo em um ritmo acelerado, com mais de 10.000 startups – 46% das quais com menos de dois anos de idade – e 30.000 empregos. Os investimentos em capital de risco no Brasil somaram US $ 1,3 bilhão em 2018 (contra US $ 859 milhões em 2017) e representam 66% de todos os investimentos na América Latina.

A partir de 2018, existem oito startups com status de unicórnio de US $ 1 bilhão (comparado a 13 na Índia e 92 na China). No entanto, o Brasil ainda ocupa a 109ª posição em facilidade de fazer negócios globalmente – por exemplo, leva em média 79 dias para abrir uma empresa (contra metade de um dia no Reino Unido).

O sistema financeiro brasileiro tem sido um território privilegiado para a inovação. Mais da metade da população são usuários ativos de serviços bancários on-line, e 58% de todas as transações bancárias estão on-line.

Existem mais de 400 startups de tecnologia financeira, e mais de 7 milhões de clientes abriram contas em bancos apenas digitais. No entanto, comparado aos países desenvolvidos, o Brasil ainda tem baixa penetração de quase todos os produtos financeiros.

O sistema de saúde brasileiro ainda não atende aos padrões da OMS, embora a mortalidade e outras métricas tenham melhorado significativamente. O Brasil ainda está em áreas como registros eletrônicos, com apenas 23% das unidades de saúde usando prontuários eletrônicos e 45% ainda totalmente em papel. Cerca de 300 startups brasileiras já enfrentaram o desafio e estão impulsionando a agenda de inovação digital no setor de saúde.

Apesar do recente número recorde de diplomados do ensino médio e superior, menos de 40% da população brasileira completou o ensino médio e mais de 10% são analfabetos. Mais de 250 startups em educação digital estão tentando alcançar escala dentro e fora das salas de aula – as empresas de educação a distância estão liderando o caminho, com 25% de todas as aplicações para o ensino superior.

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