O Facebook negou com veemência, em nota em sua página nos Estados Unidos nesta terça-feira, 10, que censure notícias de teor conservador. O comunicado foi feito pelo vice-presidente de análise do Facebook, Dan Stocky, rebatendo reportagem recente publicada pelo site de notícias sobre tecnologia Gizmodo, a qual afirma que editores que controlam a ferramenta de Trending Topics excluíam da rede social notas escritas por políticos ou sobre temas conservadores, ao passo que favoreciam movimentos como o Black Lives Matter ("As vidas dos negros importam", ou BLM).
"Recebemos esses relatos com extrema seriedade e não encontramos evidências de que as acusações anônimas sejam verdadeiras", escreveu Stocky, no post publicada nesta terça-feira de manhã. Ele supervisiona a equipe responsável por administrar os Trending Topics.
A reportagem do Gizmodo se baseia no relato de um ex-editor da rede social, que denunciou que artigos de fontes politicamente conservadoras — principalmente aqueles que tratavam de temas conservadores — eram omitidos deliberadamente das "trending news", que destaca as notícias mais populares.
A denúncia provocou uma ampla discussão na mídia americana e na própria rede social, que tem cerca de 1,6 bilhão de usuários no mundo todo. Mas o Facebook negou ter um viés anticonservador e ressaltou que o Trending Topics de notícias é determinado por um algoritmo, depois é auditado por membros da equipe de revisão para confirmar que os temas são de fato tendências.
O debate girou em torno do fato de o Facebook não se enquadrar como uma empresa de mídia — geralmente ele tenta evitar discussões sobre preconceitos e temas mais espinhosos que as empresas de mídia têm de enfrentar. O Trending Topics de notícias do Facebook é apresentado como um algoritmo que seleciona organicamente as notícias mais populares do site, mas muitos dizem que as escolhas do algoritmo também podem influenciar a forma como as pessoas pensam e se comportam, portanto acham que o Facebook terá de lidar com esses tipos de problemas em algum momento.