Grande parte dos sites americanos decidiu realizar nesta quarta-feira, 10, um protesto virtual denominado Internet Slowdown (algo como "desaceleração da internet"), em defesa da neutralidade de rede, princípio que garante o tráfego igualitário de conteúdo na internet.
Empresas como Netflix, FourSquare, Mozilla e Vimeo instalaram um widget de loading (ícone de carregamento de conteúdo) em suas páginas na web para mostrar aos usuários como seria uma internet sem a neutralidade de rede, princípio que obriga os provedores de conexão a darem tratamento isonômico a todos os dados/conteúdos que circulam na rede. Twitter, Tumblr e Google também emitiram declarações de apoio à campanha. Os ícones, na realidade, não reduzirão a velocidade dos sites, mas se clicado eles abrirão um link para uma página onde os usuários podem tomar medidas sobre o assunto.
"A internet foi projetada para capacitar as pessoas. Para estar online, você precisará usar um provedor de acesso à internet. Mas uma vez que você estiver online, você decide o que fazer e para onde ir. Qualquer um, em qualquer lugar pode compartilhar suas opiniões livremente – e qualquer empresário, grande ou pequeno, pode construir, lançar e inovar sem ter que pedir permissão", declarou em um e-mail, Derek Slater, gerente de política do Google.
Já um representante do Facebook disse que, embora a empresa não instalou o widget em seu site, ela apoia os princípios de neutralidade da rede. "Pedimos ao FCC para aprovar regras oponíveis à priorização paga de vias mais rápidas de acesso à internet, de modo que a web continua a ser uma plataforma aberta para o discurso e comércio".
O alvo do protesto são os Estados Unidos, onde a regulamentação do tema está para ser concluída pela Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês). Em abril, o presidente da Comissão, Tom Wheeler, anunciou proposta que permite aos provedores de banda larga oferecer velocidades maiores para determinados serviços, o que, na prática, derruba a neutralidade de rede. Desde então, mais de 100 empresas de internet contestam as novas regras propostas pela FCC. Com informações de agências internacionais.