A 11ª posição do Brasil no uso de inteligência artificial (IA) generativa, de acordo com o ranking SAS, destaca o avanço da tecnologia no país, mas também revela desafios a serem superados. A IA tem revolucionado diversas indústrias, desde marketing até saúde, oferecendo soluções inovadoras para problemas complexos. Entretanto, muitas empresas têm se limitado a seguir o hype da IA generativa, adicionando funcionalidades superficiais aos seus produtos sem resolver questões reais.
Apesar dos progressos, o país ainda sofre com a falta de especialistas qualificados. O uso eficiente da tecnologia depende de profissionais capazes de desenvolver, aplicar e gerenciar essas tecnologias. Sem essa mão de obra qualificada, o potencial disruptivo desses algoritmos inteligentes fica limitado, e corremos o risco de depender exclusivamente de soluções importadas.
Além disso, há um comportamento preocupante de empresas que, na tentativa de acompanhar as tendências, incorporam ferramentas de IA de forma pouco estratégica, como adicionar um “copiloto” a sistemas que não enfrentavam grandes problemas de usabilidade ou eficiência. Essa abordagem não apenas dilui o potencial da IA, mas também pode levar ao desperdício de recursos e à desilusão com a tecnologia.
Para que o Brasil realmente avance no cenário da IA generativa, as empresas precisam adotar uma abordagem mais centrada no problema. Em vez de adicionar funcionalidades de IA como um adereço, é crucial identificar desafios específicos que a tecnologia pode resolver. Isso não só maximiza o retorno sobre o investimento, mas também contribui para o desenvolvimento de soluções inovadoras que podem posicionar o país como líder tecnológico.
Bruno Nunes, CEO da Base39