Os gestores brasileiros ainda têm um bom caminho a percorrer para inserir suas organizações no processo de adoção das novas tecnologias e tendências que marcam as mudanças disruptivas no campo dos negócios. Esta é uma das conclusões da pesquisa Agenda 2017, realizada pela Deloitte com 746 organizações presentes no Brasil.
Entre 12 frentes tecnológicas sugeridas, os participantes foram convidados a escolher três opções que serão prioritárias em suas empresas no próximo ano. A prática de analytics surge no topo das indicações, com 36% de citações, seguida por Internet das Coisas (IoT), com 29%. A segurança cibernética surge na terceira posição (22%), acompanhada por Indústria 4.0 (13%), saúde digital (12%), plataformas autônomas (12%), tecnologias exponenciais (7%), realidade virtual e aumentada (6%), impressão 3D (7%), smart cities (5%), bitcoins (2%) e blockchain (2%).
Chama atenção no estudo o fato de 61% dos participantes não terem ideia do que seja blockchain (sistema de registros que garante a segurança e integridade das operações financeiras realizadas sem a necessidade de uma autoridade central; seu uso mais conhecido são as moedas digitais); 40% disseram desconhecer completamente o que é Indústria 4.0 (conceito que representa a tendência da nova manufatura integrada, com as tecnologias disruptivas unindo máquinas, sistemas e pessoas; é considerada uma "nova revolução industrial"); 36% nunca ouviram falar em tecnologias exponenciais (pelas quais, segundo a chamada Lei de Moore (que estima o avanço exponencialmente rápido dos processadores); e 33% dos entrevistados terem dito que apenas ouviram falar sobre o conceito de smart cities, ou cidades inteligentes, conectadas por redes que otimizam a gestão de seus recursos e serviços.
Outras importantes frentes tecnológicas também foram citadas como pouco ou moderadamente conhecidas: impressão 3D (48%), IoT (47%), cyber security (44%), bitcoins e realidade virtual aumentada (38%), e analytics e plataformas autônomas (37%).
Para a pesquisa, a Deloitte ouviu gestores de 746 empresas que, juntas, somam receita líquida de R$ 1,6 trilhão neste ano, o equivalente a pouco mais de um quarto do valor do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no acumulado de 12 meses a partir de setembro (R$ 6,1 trilhões), segundo Banco Central do Brasil.