Os números do programa de emergência de benefício social distribuído pelo Governo Federal de março até agora impressionam: foram 118 milhões de beneficiários (56 % da população brasileira), 11,9 milhões atendidos em 6 dias após o início do programa; foram processados 151 milhões de registros (99% deles em apenas os três primeiros meses); o programa distribuiu R$ 235 bilhões aos que tinha direito ao benéfico pela Lei, o que equivale a 3,2% do PIB.
A informação é de Gustavo Canuto, presidente da Dataprev, que participou nessa terça-feira, 10, de uma live promovido pelo SAS, fornecedora da ferramenta de analytics, que detalhou o esforço a empresa para desenvolver o sistema em tempo recorde, em apenas 6 dias após a aprovação da Lei, envolvendo 22 bases de dados de diferentes origens, com requisitos legais e regras de identificação levando em conta a proteção de dados pessoais prevista na LGPD.
Além disso, o processamento exigiu velocidade dos três data centers certificados pela Dataprev, com 9 camadas de proteção para garantir segurança da informação, comparáveis a apenas três existentes em companhias privadas no Brasil, com os requisitos de identificação, cruzamento de bases de dados coletadas de layouts e atualizações diferentes, de modo a produzir ao final a informação adequada para ser compartilhada no formato exigido pelos diferentes agentes financeiros que disponibilizaram o benefício à sociedade.
Ele explicou que a Dataprev já era cliente do software de analytics, mas teve de contratar e treinar mais funcionários na ferramenta para atender o crescimento da demanda. Além disso, usou estatísticos para fazer o cruzamento das massas de dados, para descobrir situação anômalas indicadoras de fraude.
O programa foi supervisionado por diferentes órgãos públicos, Ministério da Cidadania, bancos, Justiça e Controladoria da União para fazer com que o programa fosse executado pelo Dataprev, responsável para entregar a quem devia os recursos financeiros, buscando evitar a quem quisesse praticar fraudes.
No começo os dados foram sendo colocados pelas pessoas em aplicativos de celular, portais e sites para declarar a renda e demais dados de identificação, mas muitos se passaram por outras pessoas, colocaram informações falsas com requisitos para burlar o sistema, que foi ao longo desse tempo evoluindo para barrar essas falhas.
"Com o mapeamento que foi feito o sistema será inestimável para se usar em outros programas sociais", enfatizou Canuto.