No início da pandemia, vários especialistas e empresários cravaram opinião sobre o futuro do trabalho. Alguns apostaram no home office para sempre. Outros, totalmente céticos em relação a esse modelo.
Passados três anos, o que se viu é que o mercado tem adotado o caminho do meio. A pesquisa "Redefinindo os modelos de trabalho na América Latina", realizada pela WeWork em parceria com a HSM e apoio da consultoria Egon Zehnder, com 10 mil executivos na região, aponta que o modelo de trabalho híbrido é o preferido por 81% dos profissionais.
Além da preferência do colaborador, o modelo híbrido é de fato o que temos visto na prática. No mundo corporativo, a tecnologia permite que o trabalho seja realmente realizado de qualquer lugar, mas, para fortalecer os laços, as trocas de experiências entre os colaboradores e para disseminar a cultura organizacional, o encontro dos times continua sendo fundamental, ainda que com menos frequência.
Nesse cenário, a flexibilidade é a palavra de ordem. Porém, enquanto todos os colaboradores estão usufruindo desse novo modelo, diversos desafios são impostos as equipes de TI das empresas. Um deles é o cibercrime. De acordo com a empresa de cibersegurança Fortinet, o Brasil foi o segundo país mais atingido na América Latina em 2022, com 103,16 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, um aumento de 16% com relação ao ano anterior.
Recentemente, moderei o webinar "Tecnologia no Trabalho Híbrido" com dois executivos de mercado. Marcos Gomes, Diretor de TI e Inovação da Coca-Cola Femsa, afirmou que a questão da segurança tem sido crucial para a empresa ao adotar o modelo híbrido. É necessário investir em tecnologias que permitam que os colaboradores se conectem de forma segura à rede, incrementando a sua estrutura central, com firewall e antivírus mais potentes e balanceadores de carga.
Na mesma ocasião, o especialista Leandro Vignoto, da HP Brasil, destacou três pontos fundamentais a serem analisados em notebooks, desktops e smartphones disponibilizados aos colaboradores que atuam de forma híbrida: autonomia, durabilidade e segurança. Para ele, a disponibilidade dos equipamentos corretos está diretamente relacionada com a produtividade, maior proteção dos dados e a realização dos negócios.
O modelo híbrido de trabalho também exige das empresas maior esforço em capacitação dos usuários. A conscientização sobre as boas práticas de utilização e os riscos relacionados a segurança de dados, entre outros, nesse formato, dependem muito do usuário.
Toda essa estrutura complexa está sob responsabilidade da equipe de TI. É ela que cria as políticas de acesso, de segurança, que é responsável pela atualização dos softwares e aplicativos, pela conexão, definição e manutenção dos equipamentos e assim por diante.
Definitivamente, ainda que essa fosse a única obrigação do time, não seria uma tarefa fácil. Além disso, em quase 100% das corporações, o departamento de TI passou de uma área de apoio para uma das mais estratégicas da empresa, participando, inclusive, do desenho de novos produtos.
É importante que olhemos com mais atenção para este cenário. Muitas responsabilidades operacionais que antes estavam sob o gerenciamento das equipes internas de tecnologia das empresas podem ser terceirizadas com inúmeras vantagens, como logística de entrega de devices, gerenciamento estratégico do parque tecnológico, análise de performance individual dos dispositivos por usuários, entre outros.
Com esta decisão, os times internos podem agregar mais valor ao negócio, com foco nas estratégias e ainda auxiliar nos processos de digitalização e criação de ofertas, seja de produtos ou serviços.
Atualmente, a velocidade com que as novas tecnologias surgem é impressionante. A adoção ou não delas pode determinar o futuro das empresas da noite para o dia. Nesse contexto, o gerenciamento do parque de equipamentos de TI passa a ser coadjuvante e não mais estratégico para esses profissionais tão demandados. O outsourcing dessa atividade se apresenta como alternativa eficaz, não apenas para o aumento da produtividade e da eficiência, mas como da estratégia de sobrevivência dos negócios.
Georgia Rivellino, Diretora de Marketing, Produto e Soluções da Simpress.