Qualcomm confirma demissão de cerca de 600 funcionários em todo o mundo

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A Qualcomm, fabricante de chipsets para dispositivos móveis, vai demitir cerca de 600 funcionários em todo o mundo, como parte do plano de reorientação de seus negócios para novas áreas, conforme confirmou um porta-voz da empresa ao site americano especializado de tecnologia Cnet, nesta quarta-feira, 10.

As demissões acontecem em meio a uma situação difícil para a empresa, às voltas com investigações regulatórias por práticas de negócios anticoncorrenciais e diante de perspectivas nada animadoras para 2015. O porta-voz disse que menos de 300 empregados serão cortados na sede da Qualcomm, localizada em San Diego, na Califórnia. "Um número similar de funcionários espalhados pelas subsidiárias internacionais também serão demitidos", disse a fonte.

No fim de setembro, a Qualcomm tinha 31,3 mil empregados, divididos entre aqueles que trabalham em tempo integral, em período parcial e trabalhadores temporários, de acordo com documentos regulatórios da empresa.

"Nós avaliamos regularmente nossos negócios para determinar onde a eficiência pode ser obtida e quais são as prioridades", disse o porta-voz, em um comunicado. "O cenário atual exige que ajustemos o tamanho e o mix de habilidades de nossas equipes de trabalho, a fim de reduzir ou eliminar alguns projetos e começar a crescer em novos projetos."

Como parte da mudança, alguns funcionários serão transferidos para outras áreas da empresa, enquanto outros receberão um pacote de benefícios de indenização ou pela transição. O porta-voz se recusou a especificar quais as áreas de negócios da Qualcomm terão cortes.

Segundo o executivo, as demissões não estão relacionadas com as investigações sobre a empresa na China, EUA e na União Europeia. Ele diz que a mudança está "focada em projetos e programas específicos, e reflete as prioridades de negócios atuais".

A Qualcomm tem enfrentado alguns desafios difíceis neste ano. Em novembro de 2013, o governo chinês abriu uma investigação sobre a fabricante alegando que ela violou as leis antimonopólio do país. A empresa divulgou no mês passado mais duas investigações preliminares sobre suas atividades pela Federal Trade Commission (órgão regulador norte-americano) e pela Comissão Europeia.

Das três investigações, a que pode provocar maior dano às finanças da Qualcomm é a que corre na China. A investigação, segundo a empresa, fez com que vários de seus licenciados reduzissem as vendas, o que tem levado a uma erosão no recolhimento de royalties. Isso tem prejudicado também o negócio de licenciamento de patentes da Qualcomm — que responde por cerca de dois terços do lucro da empresa — e empurrou para baixo a receita no ano fiscal. No último trimestre, a receita com licenciamento da Qualcomm caiu 4,9%, para US $ 1,9 bilhões, embora as vendas globais tenham subido.

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