O balanço atualizado de execução dos projetos para a Copa do Mundo, apresentado nesta terça-feira, 11, pelo Tribunal de Contas da União, durante audiência pública sobre o legado do campeonato mundial para o país, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, mostrou um cenário nada animador. Os dados revelam que, a pouco mais de três meses para o início do evento esportivo, no dia 12 de junho, a quantidade de obras e projetos entregues do chamado legado que o Mundial deixaria para o país não chega a 50%.
Tanto que a chamada Matriz de Responsabilidades, que trata das áreas prioritárias de infraestrutura das 12 cidades que irão receber os jogos, como aeroportos, portos, mobilidade urbana, estádios, segurança, telecomunicações e turismo, teve a lista de obras projetos reduzida drasticamente. Dos 51 projetos de mobilidade urbana, por exemplo, que deveriam estar prontos até o início da Copa, apenas 35 estão hoje na relação. Destes, de 31 que contam com recursos da Caixa Econômica Federal, apenas um está 100% concluído.
Excluindo as obras que os governos já desistiram de entregar e foram retiradas do documento, a execução do legado de mobilidade urbana da Copa está em 56,2%, de acordo com o TCU. Se forem acrescentadas as iniciativas excluídas, essa relação cai para menos de 50%.
Conceitualmente, a Matriz de Responsabilidades é um plano estratégico de investimento no desenvolvimento do país. São investimentos que seriam necessários e deveriam ser antecipados e priorizados nas 12 sedes pela oportunidade de realizar uma Copa do Mundo no país.
Na área de telecomunicações, o atraso do legado também é perceptível. Dos R$ 200 milhões de investimentos previstos pela Telebras, apenas 38% já foram executados até o início deste ano. Dos R$ 171 milhões de orçamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), apenas 39% foram desembolsados até agora.
Embora o TCU não detalhe os projetos de telecom que estão atrasados, a Telebras garantiu recentemente que vai concluir no prazo as obras do anel ótico que vai atender a Fifa para transmissão de vídeos de alta definição (HDTV) dos jogos da Copa do Mundo. A rede de fibra óptica também será estendida para atender ao Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) no interior do Nordeste e da Amazônia.
No início de dezembro do ano passado, o Ministério das Comunicações informou que a rede nacional da Telebras estava mais de 70% concluída e que chegará a 3.570 municípios até o fim deste ano. São 16 mil quilômetros de cabos e um investimento de R$ 116 milhões. Com informações do website do Senado e Portal da Copa.