A linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para micro, pequenas e médias empresas inovadoras fechou o ano de 2015, após 16 meses de operação, com cerca de 130 contratos fechados, e aproximadamente R$ 230 milhões em empréstimos concedidos. Do total de contratos, cerca de 80 foram com empresas do setor de TI, totalizando cerca de R$ 115 milhões de apoio.
Criada pelo BNDES e oferecida por meio de agentes credenciados do banco, como o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e a Agência Desenvolve São Paulo, a linha concede financiamento de até R$ 20 milhões para empresas de tecnologia que apresentem características inovadoras e faturamento inferior a R$ 90 milhões por ano. Ela oferece custos e prazos diferenciados, com uma taxa de juros baseada em TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e com 48 meses de carência.
Além de poder financiar até 90% do investimento total, a linha ainda pode utilizar como garantia o FGI (Fundo Garantidor para Investimentos), o que permite que empresários sem possibilidade de dar garantias tradicionais como imóveis e finanças bancárias, possam acessar ao financiamento.
Uma das empresas brasileiras beneficiadas pelo programa foi a Paradigma Business Solutions, de Santa Catarina, especializada em negociações e relacionamentos eletrônicos. A companhia estava pesquisando uma fonte de investimento para financiar seu plano de inovações e a globalização de sua tecnologia. “Encontramos nesta linha um grande apoio para o empresário brasileiro que precisa investir em inovação para ser competitivo. A atratividade está nos prazos e juros menores em comparação aos encontrados no mercado”, comenta Gérson Schmitt, presidente do conselho de administração da empresa.
O banco estatal mantém parceria com a Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software) para difusão da linha de crédito. André Medrado, analista do departamento de tecnologia da informação e comunicações do BNDES, explica que a parceria da Abes na divulgação da linha na região Sul e Sudeste do Brasil foi importante para seu desempenho. “Muitas vezes, o que mais falta para um empresário crescer é o acesso ao financiamento. Com o apoio da Abes, um número maior de empresas pôde conhecer a linha, permitindo que ela se expandisse”, comenta.
A Abes é responsável também pela articulação entre os bancos de desenvolvimento, que são os agentes econômicos, com os polos e entidades de classe de tecnologia e inovação, e com as empresas inovadoras. “Somente entre as empresas associadas à Abes, mais de 85% são micro, pequenas e médias empresas. A maioria dessas empresas é responsável por grande parte dos projetos inovadores do setor de TI”, comenta Jamile Sabatini Marques, diretora de Inovação e Fomento da Abes.
“Neste ano, planejamos fomentar o programa em regiões que ainda não foram beneficiadas e ampliar os critérios de enquadramento do programa. É muito importante que outros bancos percebam este apoio ao micro, pequeno e médio empreendedor como estratégico para que a linha possa ser oferecida em todo o Brasil de forma mais intensa”, afirma Medrado.