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Plano diretor de TI é imprescindível para gerenciar ambiente hospitalar, diz CIO

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Os cuidados com a saúde têm obtido avanços significativos nos últimos dez anos, como resultado da aceleração do desenvolvimento tecnológico. O uso dos recursos da tecnologia da informação, principalmente, tem propiciado não apenas maior precisão e segurança aos diagnósticos e tratamentos prescritos pelos médicos, como também tem tornado mais ágil e eficaz o atendimento aos pacientes.

Mas, apesar desses avanços, nem tudo são flores e os CIOs ainda enfrentam uma série de desafios para inovar e gerenciar a complexidade do ambiente hospitalar, cujos sistemas são, em sua grande maioria, permeados por uma diversidade de plataformas de hardware e software e padrões. Executar tarefas tais como prover informações clínicas e administrativas em tempo real, e sistemas de apoio à decisão cada vez mais sofisticados, isso sem falar na dificuldade de se buscar a padronização e integração dos sistemas, são algumas das dificuldades que os executivos de TI enfrentam hoje em dia.

Para a superintendente-executiva de tecnologia da informação do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Lilian Hoffmann, algumas medidas, além do emprego das tecnologias certas, podem ajudar, e muito, a superar esses desafios. “Em vez de impor uma tecnologia, em primeiro lugar, é preciso ouvir os usuários para saber quais são as necessidades de cada setor. E isso implica ouvir desde o funcionário do escalão mais baixo, passando pelo controller, CEO, acionistas, bem como a própria equipe de TI, fontes pagadoras e os fornecedores”, elenca ela, que foi uma das painelistas do Fórum Saúde Digital, nesta segunda-feira, 11, em São Paulo.

A executiva ressalta que os sistemas precisam prover recursos que ajudem a gerenciar esse ambiente, e isso inclui desde os leitos, refeições, materiais especiais, pois trata-se de uma cadeia de suprimentos bastante específica. Além disso, ela recomenda que o CIO promova a interoperabilidade e a integração dos sistemas e cobre isso dos fornecedores. “Os hospitais precisam se adaptar ao médico e não o contrário.” Mesmo porque, segundo Lilian, a maioria dos médicos trabalha nos concorrentes e costuma a comparar os sistemas. “Lidamos com recursos escassos, por isso, os sistemas precisam ser altamente produtivos”, ressalta.

A superintendente de TI Beneficência Portuguesa observa, porém, que o passo fundamental para gerenciar toda a complexidade do ambiente hospitalar é a elaboração de um plano diretor de TI. “Não há TI sem um plano”, sustenta Lilian, acrescentando que com ele é possível criar indicadores e metas. Mas ela ressalta que o plano precisa ser constantemente avaliado.

Embora o hospital mantenha atualmente três sites internamente, incluindo contingência, Lilian reconhece que a computação em nuvem, como a adoção de IaaS (sigla em inglês para infraestrutura como serviço), é um caminho para os hospitais reduzirem custos, já que nesse modelo a empresa contrata a infraestrutura (servidores, roteadores, racks e outros hardware) e paga uma taxa mensal de acordo com o número de servidores, quantidade de dados trafegados e armazenados e outros itens, dependendo de como e com qual fornecedor de IaaS a empresa trabalha.

A razão de não colocar os sistemas da Beneficência Portuguesa num data center na nuvem se deve a má qualidade dos serviços de telecomunicações, segundo Lilian. “A questão financeira vai impulsionar o uso, mas a questão da qualidade ainda pesa nessa decisão”, salienta.

Garantia de privacidade

Outro aspecto crítico no ambiente hospitlar é a privacidade dos dados dos pacientes. De acordo com Gustavo Artese, head da prática de Direito digital e privacidade do escritório VPBG Advogados, saúde é uma das áreas onde a tensão envolvendo privacidade é muito grande por tratar-se de dados sensíveis. “A legislação sobre privacidade é similar a questão ambiental na área de petróleo”, compara.

Embora já existissem normas aplicáveis como a Resolução CFM nº 1.638/2002, que define prontuário médico de forma ampla e estabeleça que se trata de documento de caráter legal, sigiloso e científico, e a Resolução CFM 1.605/2000, que estabelece a regra geral de sigilo sobre o conteúdo do prontuário ou ficha médica, o Brasil não tinha uma legislação específica até a promulgação do marco civil da internet (oficialmente chamado de Lei nº 12.965, de abril deste ano), que regula o uso da internet no Brasil, por meio da previsão de princípios, garantias, direitos e deveres para quem usa a rede, bem como da determinação de diretrizes para a atuação do Estado.

De acordo com Artese, hoje, com o marco civil da internet, todos esses aspectos envolvendo a privacidade, estabelecidos pelas duas resoluções, estão contemplados e passam a ter um ordenamento jurídico. “Com ele, o Brasil passa a contar com marco regulatório de privacidade de dados e a empresa que o infringir pode ser multada em 10% do seu faturamento bruto anual, ou até mesmo ter suas atividades suspensas ou a atuação proibida”, observa.

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