Anatel não descarta uso do sistema europeu na rádio digital

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Ao defender o sistema americano de rádio digital, conhecido como In Band On Channel (Iboc), o representante da Rádio Bandeirantes, Flávio Lara Resende, afirmou que as rádios Band News FM e Bandeirantes AM já vêm testando o sistema com bons resultados. "A Band tem tido absoluto sucesso com o Iboc", destacou ele, durante audiência pública promovida nesta terça-feira (11/9) pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados sobre a implantação da rádio digital no país.

Resende previu que, até 2008, serão feitos investimentos de US$ 100 milhões (o equivalente a cerca de R$ 192,6 milhões) no país para implantação do sistema de radiodifusão digital.

Apesar da preferência dos grandes radiodifusores pelo sistema americano, o superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Minassian, afirmou que a adoção do sistema europeu DRM (Digital Radio Mondiale) não está descartada. Ele disse que esse sistema tem sido testado em diversos países com bons resultados em ondas médias (AM) e ondas tropicais (OT).

Minassian disse que as dez emissoras de rádio FM, as oito emissoras AM e a Universidade de Brasília (UnB), que estão testando os dois sistemas, irão emitir relatórios a serem analisados posteriormente pela Anatel. Segundo o superintendente, os relatórios recebidos até agora não são conclusivos. Por isso, ele disse esperar algumas informações mais consistentes para disponibilizar os relatórios à consulta pública.

Para o coordenador jurídico da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), Joaquim Carlos Carvalho, o país deveria desenvolver um sistema próprio de radiodifusão. Ele manifestou a preocupação de que o Iboc deixe as rádios comunitárias, educativas e outras pequenas emissoras fora do processo de digitalização, em virtude do alto custo do sistema.

Já os deputados Roberto Rocha (PSDB-MA) e Maria do Carmo Lara (PT-MG) manifestaram preocupação com os custos para a população e com o impacto, na indústria brasileira, que poderá ser causado pela transição das rádios analógicas para o sistema digital. Rocha afirmou que, apesar da preferência manifestada pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, e pelos grandes radiodifusores em relação ao sistema Iboc, ainda não há uma definição sobre os custos desse sistema para o consumidor, por exemplo, em relação aos receptores. "A tecnologia tem que vir para reduzir os custos e ampliar o acesso do rádio à população", destacou.

A deputada Maria do Carmo, por sua vez, destacou que o debate em torno da radiodifusão digital só está começando. Na opinião dela, uma das perguntas que precisa ser respondida é se o Brasil pode ter uma tecnologia nacional para rádios digitais. Segundo ela, apesar das manifestações de Hélio Costa não há uma posição de governo sobre o padrão a ser adotado. A deputada afirmou que o Congresso ainda tem muito a colaborar realizando debates e audiências públicas, como a que acontece no momento.

Com informações da Agência Câmara.

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