Rakuten encerra 2015 com perda e anuncia redirecionamento de operações no Brasil

0

A empesa japonesa de serviços online Rakuten anunciou a depreciação de alguns ativos no seu balanço de 2015, com uma perda de aproximadamente US$ 340 milhões. Paralelamente, a empresa divulgou também planos de fechar uma série de operações globais como parte de um "novo foco estratégico". O lucro líquido caiu 38% na comparação anual, para 44,4 bilhões de ienes (o correspondente a US$ 393 milhões), embora a receita tenha crescido 19%, para 714 bilhões de ienes (US$ 6,3 bilhões).

O resultado já inclui o write-down de US$ 340 milhões e, segundo a empresa, faz parte do realinhamento dos negócios, que ela batizou "Visão 2020", e que incluiu a depreciação da divisão de leitores de e-books (e-readers) Kobo e do site de comércio eletrônico PriceMinister, além de outros negócios. A Rakuten havia desembolsado cerca de US$ 315 milhões em 2011 pela Kobo (depreciada para US$ 153 milhões) e cerca de US$ 200 milhões pela PriceMinister (cujo valor foi rebaixado para US$ 69 milhões), além de ter comprado outras empresas (deprecidadas para US$ 116 milhões).

Ao explicar as medidas, a empresa disse em um comunicado que a PriceMinister foi "afetada pelo ambiente competitivo do mercado de e-commerce francês", enquanto a redução da Kobo foi resultado da "ascensão mais lenta do que o esperado do mercado mundial e-books". Em seu relatório, a Rakuten salienta, contudo, que a PriceMinister tem "uma posição importante" no mercado europeu de e-commerce. Da mesma forma, avalia que sua divisão de e-readers, que inclui plataforma de conteúdo OverDrive, adquirida por US$ 410 milhões, vai voltar à lucratividade neste ano.

Mercados deficitários

A reorganização dos negócios envolve também uma reavaliação dos mercados fora do Japão, mais especificamente no Sudeste asiático e no Brasil. A empresa confirmou em comunicado que vai encerrar as operações de comércio eletrônico em Cingapura, Malásia e Indonésia no próximo mês, e que está estudando se desfazer da Tarad.com, a empresa de e-commerce na Tailândia, que adquiriu em 2010. A Rakuten adiantou, porém, ao site TechCrunch, que vai manter a sua sede regional em Cingapura, que continuará a abrigar Rakuten Ventures e a Rakuten Travel. Seu negócio e-commerce em Taiwan, que parece estar um pouco melhor, também não será afetado.

Além da Ásia, a Rakuten também vai fechar o marketplace — agregador de ofertas de produtos — no Brasil, mas a Ikedia, fornecedora de serviços de e-commerce que ajuda os varejistas a desenvolver e estabelecer suas lojas online, permanecerá aberta. Ikeda é outra aquisição Rakuten, empresa brasileira da qual adquiriu 75% de participação em 2011 por uma quantia não revelada.

A assessoria de comunicação da empresa no Brasil, esclareceu que "o Rakuten Shopping (agora Rakuten Performance Marketplace) se mantém aberto no Brasil. Existem algumas mudanças no back-office de maneira a proporcionar a integração dos sistemas Rakuten Nexus, Rakuten Genesis e Rakuten One – mas o acesso a compradores se mantém inalterado".

O presidente e CEO da Rakuten, Hiroshi Mikitani — que preferiu falar aos investidores em japonês, em vez de em inglês, como é usual ao divulgar seus resultados —, salientou que a Visão 2020 baseia-se em três princípios fundamentais: "Força, inteligência e velocidade". E destacou uma série de novas empresas adquiridas mais recentemente como a Viki, Ebates e Viber. Mikitani fez previsões de crescimento ousadas e elogiou o potencial disruptivo das tecnologias móveis quando combinadas com empresas de e-commerce da Rakuten.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.