A Justiça americana decidiu dar ganho de causa a Mark Zuckerberg na disputa judicial pela autoria da ideia que criou o Facebook. A decisão marca o fim do processo, que durou seis anos, mas determina que os autores da ação mantenham suas participações no Facebook, que, juntas, equivalem a US$ 200 milhões.
Segundo o texto do processo, os autores, os irmãos gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, mais Divya Narendra, alegam que, quando assinaram acordo com Zuckerberg para acabar com outro litígio, sobre quem desenvolveu tecnologia do site de relacionamentos, o valor proposto foi considerado injusto. Lançando mão de um mecanismo legal, os gêmeos e Narendra propunham abrir mão do acordo anterior para poder dar entrada no processo que terminou ontem.
O juiz Alex Kozinski, no entanto, considerou que os autores do processo "não são os primeiros a tentar conseguir em corte o que não conseguiram no mercado", por isso recusou as bases legais do litígio. No documento, Kozinski afirma que "eles têm em mãos um acordo bastante favorável, mas por algum motivo, decidiram abrir mão. Não vemos motivos para deixá-los fazer isso e continuar com a ação. Em algum ponto, o litígio deveria terminar. E esse ponto foi alcançado".
Na época do acordo, os gêmeos e o companheiro indiano receberam US$ 20 milhões em dinheiro e mais 1,2 milhão de ações do Facebook, que estavam avaliadas em US$ 65 milhões. Com a valorização da empresa, esse valor quase triplicou.
Autoria incerta
Em outra instância, Paul Ceglia, o homem que alegava ter cerca de 80% do Facebook, mas que não foi levado a sério pelas cortes de Justiça, agora alega ter provas de sua participação na concepção da rede social. Ele diz ter direito a 50% de controle sobre o site de relacionamentos.
Em documento enviado na segunda a uma corte de Nova York, Ceglia mostra e-mails trocados com Zuckerberg nos quais discutem a contratação do então estudante de Harvard (hoje dono do Facebook) para o desenvolvimento de um site chamado The Face Book. Ainda não foi confirmada a procedência ou validade jurídica dos e-mails.
Quando soube do processo, impetrado no ano passado, o Facebook admitiu que Zuckerberg fez alguns trabalhos de programação para Ceglia em 2003, mas negou qualquer envolvimento dele na criação do Facebook, ou de um Face Book. A rede social considerou a ação judicial "frívola e absurda".