Em tempos de guerra comercial, quem domina a qualidade lidera

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Desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro, uma série de promessas de campanha passaram a se concretizar rapidamente. Entre elas, medidas anti-imigração e o aumento de tarifas comerciais. Inicialmente, os alvos foram vizinhos como Canadá e México. Mas o mundo realmente sentiu o impacto quando a China entrou no centro das tensões tarifárias.

No entanto, para além das tarifas e embargos, há algo mais profundo em disputa. São os sistemas de produção e seus selos de origem: "Made in USA" e "Made in China".

Esses selos representam mais do que procedência. Eles comunicam qualidade, confiabilidade, durabilidade e desempenho. E o que sustenta essa percepção? A gestão da qualidade.

Com a experiência de quem atua há cerca de uma década e meia na gestão da qualidade, observa-se que segmentos de alto valor agregado frequentemente exigem ajustes finos e personalizados nesse processo. São eles, o automotivo, a metalurgia, a construção civil, a farmacêutica, e muitos outros.

No entanto, nenhum dos segmentos que adotam gestão de qualidade caminham sem metodologia. Tanto que órgãos internacionais ligados à certificação têm notado interesse cada vez maior em direção à obtenção desses selos.

Quer um exemplo? O The ISO Survey, instituição que regula a emissão de normas ISO ao redor do mundo, mostra que houve um aumento do número de certificações nos últimos anos. Quando se olha para 2023, comparado a 2022, o crescimento foi de 17,4%, alcançando 1,26 milhão de certificados ISO 9001 expedidos ao redor do planeta.

Já no Brasil, foram emitidos ao redor de 7,2 mil certificados em 2024, segundo o Instituo Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A expectativa, portanto, é de que esse número aumente até o fim da década.

Além disso, a ISO 9001 passará por uma revisão de requisitos em 2025, um marco que promete consolidar ainda mais sua importância nas organizações globais. Até porque a ISO 9001 é um divisor de águas para qualquer organização. Principalmente porque processos gerenciados com base em governança, padronização e mecanismos de prevenção (gestão de riscos) geram economia e trazem segurança aos clientes.

Muito embora o benefício seja robusto, a adoção de gestão da qualidade não pode ser feita uma única vez. Tanto que se tornou uma necessidade para as organizações, face à crescente exigência do mercado, seja em qualidade quanto em resultado econômico.

Mas todo esse movimento não cai do céu. É preciso formar o profissional, prover monitoramento, acompanhamento técnico especializado e adotar, claro, as já conhecidas ferramentas de gestão. Porque o que conta é a completude do processo na qualidade de gestão e não ações esporádicas.

Bruno Lorenzetti, Head de Marketing da Qualyteam.

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