Serviço democrático é o futuro da segurança digital

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No passado, o homem dependia da roda d´água para produzir energia. Por essa razão, as fábricas eram estrategicamente construídas ao lado dos rios. Com o tempo, passou-se a produzir eletricidade em determinado lugar, transmitindo-a diretamente para casas e empresas. Hoje, na minha residência e na sua, temos tomadas, nas quais podemos conectar nossos aparelhos quando desejamos que eles funcionem ou sejam carregados. Esse benefício nos é garantido por meio do contrato com uma prestadora de serviço, que se compromete a abastecer nossa residência 24 horas por dia, durante os sete dias da semana. Ainda mais hoje já é uma realidade produzir sua própria energia com, por exemplo telhas fotovoltaicas e alimentar sua casa.

No meu entender, a segurança no mundo digital caminha para o mesmo destino. Hoje, ela nos é garantida por meio da aquisição de ferramentas específicas, adquiridas a parte para serem acopladas aos nossos links de internet, dispositivos, ambientes virtuais e aplicações. Um exemplo clássico é a nuvem: por contrato, o provedor garante a estabilidade do ambiente; enquanto a segurança das informações que nela são armazenadas é de responsabilidade de quem contrata o serviço. Mas espera-se que no futuro tudo o que for desenvolvido já nasça com a devida preocupação de segurança e privacidade, ou seja, incorporada ao design.

Na minha avaliação, isso quer dizer que fará cada vez mais sentido considerar a segurança como essencial e, por esse motivo, entregue aos usuários de internet como um serviço. O que entendo fazer mais sentido. Porém o grande desafio será garantir que ele seja democrático, com preços acessíveis. Afinal, da nossa casa acessamos sistemas que são muito importantes, a partir de diferentes dispositivos e transacionando todo tipo de informação. 

Você e eu somos vetores de ataque, componentes da superfície de risco. Seria importante que nossos passeios pelo mundo digital tivessem o mesmo nível de segurança enterprise garantido às instituições financeiras, com múltiplas camadas de proteção. Somente com o barateamento desse serviço será possível incluí-lo na via digital das nossas casas e pequenas e médias empresas, garantindo a integridade e privacidade dos nossos dispositivos e das nossas transações e informações. 

Levanto essa questão, no momento, em decorrência das inúmeras falhas de segurança detectadas no ambiente doméstico e corporativo durante a pandemia. Já não é mais aceitável correr certos riscos. Afinal, o mundo caminha para uma nova forma de operação, totalmente digital, seja no trabalho, nos relacionamentos e no consumo de produtos e serviços. A segurança e a privacidade têm uma participação preponderante na pavimentação dessa mudança. Ninguém será bem sucedido no mundo digital sem considerar estes vetores.

A transformação digital é como se a gente estivesse pavimentando uma nova terra, mais moderna, robótica, inteligente e digital. Se esse ambiente não for seguro, as ações vão estagnar ou retroceder. E isso é tudo o que não precisamos às vésperas de um futuro permeado por incertezas, não é mesmo?

Rafael Sampaio, country manager da Etek NovaRed.

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