Melhores práticas de ESG exigem reavaliação das práticas corporativas

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Finalizando a segunda edição do ESG Fórum, nesta quinta-feira, 11, promovido pela TI INSIDE, os aspectos das relações humanas encerraram o evento. Vivemos um momento de profundas mudanças culturais que colocam em xeque os velhos modelos de sociedade. Nos últimos anos, organizações de todo o mundo já encaminharam a importância de estabelecer e implantar políticas de diversidade, equidade e inclusão.

Estudo realizado pela KPMG, "The new employee deal in the technology industry", aponta que as melhores práticas ESG têm impulsionado as organizações a reavaliarem os aspectos de cidadania corporativa, bem como os esforços de inclusão e diversidade, a fim de ajustar as relações com os profissionais, lideranças corporativas e stakeholders.

Angélica Souza, líder de Diversidade & Inclusão na Movile, mostrou como a empresa orientou ações dentro da perspectiva de equidade e inclusão. Segundo ela, para o S ter relevância dentro das organizações é necessário acelerar o  mindset  para impulsionar inovação, crescimento sustentável e melhorar a vida das pessoas. "Na Movile  realizamos um diagnóstico baseado no  DE&i index  ( índice de Diversidade e Inclusão foi desenvolvido para medir o desempenho relativo das empresas em relação a fatores que definem os locais de trabalho como diversificados e inclusivos)  agregado ao  portfólio da companhia que nos possibilitou maior sinergia em recursos e enfrentar  desafios para avançar sobre gaps ou lacunas que existiam", disse.

Com resultado dos outputs do diagnóstico e o relatório apontou os gaps o que resultou em planos de ação balizados por essas métricas e teve entre outros, o caso prático de um plano para acelerar a capacitação e oportunidades para lideranças negras que já se tornou referência para muitas outras empresas. 

Thalita Machado, coordenadora de clima e cultura da MaxMilhas falou sobre a cultura de evolução da companhia  que já nasceu com uma abordagem diferente no segmento de turismo e viagens.

"Por termos nascido como uma ótica diferente do tradicional, trocar milhas por passagens, a evolução dos negócios trouxe junto outros olhares tanto para as pessoas que são nossos consumidores quanto para o público interno da empresa", disse a  coordenadora.  Partindo desse aspecto, a diversidade de gêneros, acessibilidade, intersexualidade passaram a ser foco dos planos internos da empresa quanto das ofertas de produtos para o mercado.

"Nossa estratégia de negócios envolve   todo espectro da diversidade, seja por meio de programas  ou benefícios. Com isso, está sendo possível realizar  alinhamentos e sensibilizar o mercado em torno dessas agendas", ressaltou a executiva.

Dani Verdugo, presidente do Grupo THE,  ressaltou que a comunicação e engajamento de alta liderança  são fundamentais  na definição de posicionamento da empresa: "Quando se impacta a liderança mais facilidade existe para seguir os passos do ciclo virtuoso da equidade, acessibilidade e diversidade",  disse.

Segundo a executiva, é necessário ter indicadores humanos e conectá-los com os indicadores dos negócios, a fim de se criar metas e mostrar para os envolvidos as vantagens de ser uma empresa que investe nesta agenda. "A comunicação  é importante para ser referência ao investir nessas práticas e aqueles que o fazem  naturalmente se tornam benchmarks para o mercado  e são muitos cases que comprovam isso", ressaltou.

Neste contexto do Social,  conforme evidenciou  Dani Verdugo, o  papel do RH  é a porta de entrada,  parceiro das organizações  na agenda EDI. Ela destaca que o impacto para as  empresas alinhadas ao Social se traduz na competitividade, retenção de pessoas, na reputação, performance  e  na valorização da empresa no mercado.

"Destaco hoje que as empresas estão em busca de profissionais que tenham essa sensibilização  ao ESG,  saibam estruturar  equipes e programas de aceleramento das práticas ESG. e para isso é importante ressaltar que o letramento  é muito importante para as empresas  que desejam acelerar esta agenda", aconselhou.

Ricardo Catto, conselheiro do Instituto Integral Brasil, consultor da Chie, Grupo Anga, Humanizadas e Impact Hub São Paulo o que é relevante neste processo de evolução das organizações é dar consciência de  como trabalhar a agenda de pessoas para engajamento nos diversos projetos e especialmente ESG.

Segundo ele, os estágios de desenvolvimento de consciência para sair do Ego e entrar no Eco, é entender o assunto como estratégico para vitalidade das  organizações dado  o nível de complexidade do mundo nos dias atuais.

"São crises econômicas, guerras, questões climáticas, desigualdade social e econômica das pessoas entre tantas outras intersecções. Como lidar com esta  diversidade de perspectivas e de visões de mundo só será possível com a representatividade no board das companhias  para saber para onde ir, para fazer uma leitura de mundo e definir uma estratégia", disse.

Entre a s pluralidades necessárias, o executivo destaca também a inclusão das narrativas mais conservadoras a fim de que os valores saudáveis sejam incluídos nas equações para que a evolução seja saudável, pluralista e diversa.

"A agenda e as práticas de ODS dependem do desenvolvimento humano para evoluírem,  até das resistências. Da discussão entre polaridades surge o espaço para inclusão  do novo, para mudança de mindset e evolução de consciência", concluiu.

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