Durante os primeiros seis meses deste ano, o Facebook recebeu 41.214 pedidos de dados de usuários e a retirada de 20.568 postagens de conteúdos da rede social, do Messenger, WhatsApp e Instagram, feitos por órgãos governamentais do mundo todo, de acordo com um relatório publicado nesta quinta-feira, 12, pelo Facebook.
O levantamento aponta que, entre janeiro e junho, 92 países solicitaram a retirada de conteúdos dos sites da companhia, alegando de que violaram suas leis, sendo que o número de pedidos corresponde a mais do que o dobro das 8.774 solicitações recebidas em igual período de 2014. Segundo o Facebook, as requisições de dados de contas de usuários também aumentaram, 18%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Entre os países que mais bisbilhotaram a vida dos usuários da rede social no primeiro semestre a Índia e os Estados Unidos lideraram com folga. Os EUA fizeram 17.577 solicitações para o fornecimento de dados, referentes a 26.579 contas de usuários, enquanto a Índia fez a maior parte dos pedidos de retirada de conteúdos, com 15.155 requisições, o triplo das solicitações feitas pelo país durante o mesmo período do ano passado. O Facebook diz acabou fornecendo, pelo menos, alguns dados para cerca de 80% dos pedidos norte-americanos.
O relatório mostra ainda que os pedidos da Turquia aumentaram 58%, para 4.496 requisições, enquanto a França fez 295 pedidos, aumento de 22%.
O Facebook começou a publicar o relatório sobre a quantidade de informações solicitadas por governos há cerca de dois anos, como parte de sua política de transparência sobre o volume de informações de usuários que fornece às autoridades. Apple, Microsoft e outras companhias também publicam relatórios semelhantes. A Apple, por exemplo, divulgou em seu último relatório um aumento de 9% no número de solicitações recebidas de agentes da lei durante o primeiro semestre do ano.
Em um post em seu blog, o Facebook reiterou que não dá acesso direto aos dados das pessoas. Os funcionários dos governos apenas indicam o conteúdo que julgam violar as leis locais dos países. Se concordar com a solicitação, a empresa retira a postagem do conteúdo exibida no país. Por exemplo, mensagens que negam o Holocausto são bloqueados na Alemanha, onde a negação do Holocausto é ilegal.
O Facebook também criou um formulário para solicitações de autoridades governamentais e policiais que querem dados sobre usuários da rede social. Frequentemente os pedidos são relacionados a investigações criminais. A empresa diz que cada pedido é verificado para analisar se há “suficiência legal” e que, muitas vezes, compartilha apenas as informações básicas, incluindo nome e por quanto tempo um usuário está no Facebook. Com informações de agências de notícias internacionais.