A regulamentação do setor de apostas online no Brasil vem trazendo novos critérios e desafios de segurança para garantir a proteção dos dados e a integridade do sistema. Felipe Magrim, Diretor de Políticas Públicas da Unico, explica que a legislação aprovada em 2023 foi um marco importante. Ela trouxe uma série de obrigações para operadores de apostas, protegendo os direitos dos apostadores e estabelecendo uma base regulatória mais robusta. “Um dos critérios da nova legislação é que os operadores de apostas tenham uma representação jurídica no Brasil, o que garantam que estejam sujeitos à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”.
Esse novo requisito de representação legal busca garantir que as plataformas de apostas estrangeiras sejam adequadas às normas de privacidade brasileiras, promovendo transparência no uso e proteção de dados.
A inovação mais significativa da lei, segundo Magrim, é a exigência do uso de biometria facial para identificar os apostadores. Essa medida visa, entre outros pontos, evitar o uso de plataformas de jogos por menores de idade. “A autenticação por biometria facial, além de ser uma camada extra de segurança, é essencial para identificar o público apto a utilizar esses serviços”, explicou.
A Unico, empresa brasileira com expertise no setor financeiro e de varejo, utiliza um sistema de verificação de identidade que permite que o usuário tire uma selfie e forneça seu CPF. “Esse processo possibilita validar a identidade de forma segura e eficiente, protegendo tanto os usuários quanto as plataformas”, afirmou Magrim.
Desafios da IA Generativa
A inteligência artificial generativa trouxe novos desafios para a autenticação biométrica, uma vez que possibilita a criação de avatares e imagens que podem ser confundidas com fotos reais. Para lidar com esse problema, a Unico desenvolveu a “prova de vida”, que utiliza algoritmos avançados para garantir que a captura de imagem seja feita por uma pessoa real. “Esses algoritmos analisam pontos específicos do rosto e pedem que uma pessoa faça movimentos, como se aproximar ou se afastar da câmera, o que dificulta a tentativa de fraudes por meio de imagens falsas”, explica.
Magrim também destacou a importância de estar sempre um passo à frente dos fraudadores. “No Brasil, temos uma verdadeira indústria de fraudes, e nossa posição é de sempre se precaver para evitar qualquer tentativa de roubo de dados. A questão é estarmos prontos para reagir e atualizar constantemente nossas ferramentas”.
A Unico também realiza de testes internos de periódicos, os chamados de “pentestes”, para garantir a segurança e a eficácia de suas soluções. Esses testes simulam tentativas de fraude para identificar pontos de vulnerabilidade. “Temos uma equipe interna dedicada a desafiar constantemente nossa camada de segurança, garantindo que oferecemos uma solução robusta”.
Autenticação biométrica
Segundo Magrim, um dos postos-chave para a segurança das plataformas de apostas é a qualidade da autenticação biométrica. A Unico desenvolveu uma solução que oferece respostas determinísticas — sim, não ou inconclusivas — ao invés de uma probabilidade, aumentando a precisão na identificação. “Nossa recorrência no mercado permite uma base de dados robusta, onde podemos afirmar com alta certeza se uma pessoa é realmente quem afirma ser”, destacou Magrim.
Ele acredita que essa precisão é crucial para evitar fraudes e proteger tanto os operadores quanto os apostadores. “A norma exige que a autenticação seja feita em momentos específicos, como na abertura de conta, alteração de dados cadastrais e retiradas de valores. A qualidade desse processo é determinante para a segurança”.
Para Magrim, o cenário de regulamentação da tecnologia no Brasil está em constante evolução. “Estamos em um momento crítico para implementar uma cultura de segurança digital robusta. A nova legislação e a exigência de autenticação são passos importantes, mas é preciso que a tecnologia continue avançando para acompanhar a evolução da experiência”.