Governo ampliará uso de softwares livres em 2009

0

A partir de 12 de janeiro, o governo mudará o processo de aquisição de produtos e serviços de tecnologia para acelerar a implantação de softwares livres no serviço público federal.
Segundo o gerente de projetos da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Corinto Meffe, não é possível fazer uma estimativa precisa da economia proporcionada pelo uso de programas livres, pois a compra de softwares quase sempre é feita em conjunto com outros produtos. Ele apontou que apenas o Ministério da Previdência Social estima em R$ 170 milhões a economia já conseguida com o uso de sistemas de domínio público.
Meffe observa que, apesar de o corte de gastos ser importante, o maior benefício da substituição de programas pagos por outros livres é a independência em relação aos fornecedores: "O objetivo principal é investir em um formato melhor, que nos conceda mais autonomia", analisou.
A partir de janeiro, antes de comprar produtos de informática os gestores do serviço público federal deverão investigar se não há programas livres que atendam às suas necessidades. Também será proibida a aquisição de blocos de serviço de um único comprador. "Isso muda toda a sistemática de contratação pública, o que, por si só, estimula o uso de programas livres", afirmou Meffe.
A economia com a substituição de programas convencionais por produtos de domínio público é significativa, como mostra uma experiência do governo paranaense. De acordo com o assessor da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), Vitorio Furusho, somente com o cancelamento de contratos com fornecedores de softwares o estado poupou cerca de R$ 500 milhões a partir de 2003.
Com a substituição dos programas de correio eletrônico, no mesmo período, a economia chegou a R$ 30 milhões, segundo Furusho. Além disso, ele sustentou que "só com o BrOffice a economia foi de cerca de R$ 70 milhões desde 2003". O BrOffice é um pacote gratuito de programas como os processadores de texto.
Furusho adiantou que o governo estadual pretende substituir, em 2009, todos os contratos de telefonia pela tecnologia VoIP, de uso livre. A economia esperada é de R$ 60 milhões por ano. Outro benefício do uso de programas gratuitos, segundo o assessor, é a redução da corrupção. "No governo do Paraná, a área de informática era onde havia mais corrupção. Isso acabou", garantiu. Ele disse que as medidas evitaram desvios de verbas da ordem de R$ 8 milhões.
De acordo com o diretor de Relações com o Governo da empresa de informática Red Hat Brasil, Ricardo Bimbo, apenas mudar o processo de compras do governo não adianta. Para ele, é necessário alterar a concepção dos editais. "Enquanto se exigir das empresas contratadas patrimônio líquido de R$ 1 milhão, nada mudará", argumentou.
Na opinião dele, é necessário encontrar uma forma de permitir que o governo invista em quem desenvolve programas livres. "Precisamos colocar o projeto do software livre em votação no Plenário desta Casa", reivindicou. Ele se referiu ao PL 2269/99, do deputado Walter Pinheiro (PT-BA), que obriga a administração publica a usar softwares com código livre ou aberto. As informações são da Agência Câmara.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.