Ao contrário do fraco resultado das vendas do varejo no final de Natal, o e-commerce mostrou-se uma exceção. De acordo com o SpendingPulse, divulgado nesta quarta-feira, 13, as vendas online cresceram 3% em dezembro, comparado ao ano anterior, levando o crescimento dos últimos três meses a 8%; ainda abaixo dos 11,8% do terceiro trimestre. Além disso, durante 2015, o e-commerce cresceu 9,7% comparado a 2014, sendo o primeiro ano com crescimento de apenas um dígito.
O relatório mensal da MasterCard sobre o varejo tradicional mostrou que as vendas totais diminuíram ainda mais em dezembro. Ele constatou que o volume de vendas totais (excluindo automóveis e materiais de construção) diminuiu 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O quarto trimestre fechou com queda de 8,9%, abaixo do terceiro trimestre deste ano, com um decréscimo de 5,6% em relação ao ano anterior.
Por outro lado, o e-commerce permaneceu como um dos poucos pontos brilhantes no panorama varejista. O relatório ainda mostra que quatro setores tiveram desempenho acima do varejo total: eletroeletrônicos, artigos farmacêuticos, móveis e vestuário. Enquanto isso, o setor de hobby & livraria apresentou desempenho abaixo.
Quatro dos sete setores varejistas contemplados pelo relatório superaram as vendas totais: artigos farmacêuticos, materiais de construção, supermercados e artigos pessoais/domésticos. Enquanto isso, vestuário, móveis/eletrônicos e combustíveis ficaram aquém do crescimento.
Na semana que antecedeu ao Natal, o varejo total observou uma queda de 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, demonstrando como nem mesmo a época de festas conseguiu impulsionar gastos adicionais.
Regiões brasileiras: Nenhuma das regiões conseguiu obter indicadores positivos. O Nordeste (–8,5%) e Sudeste (-8,4%) tiveram desempenho acima da média, enquanto Norte(-10,9%), Sul (–13,3%) e Centro-Oeste (–12,7%) ficaram abaixo do registrado pelo varejo, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
“O ambiente econômico do Brasil em 2016 ainda enfrenta enormes desafios. O aumento da taxa de desemprego e, consequentemente, a deterioração da massa salarial em conjunto com os baixos níveis de confiança dos consumidores colaboram para piorar o ambiente para o varejo”, afirma Kamalesh Rao, diretor de pesquisa econômica na MasterCard Advisors.