IA e o futuro do trabalho: devemos nos preocupar?

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A rapidez com que a inteligência artificial (IA) se afasta da ficção científica e se aproxima da nossa realidade cotidiana, muitas dúvidas surgem a respeito do papel que esta tecnologia terá no trabalho. As opiniões parecem divididas. Alguns acreditam que ela vai tornar as empresas, os processos e as experiências mais inteligentes. Outros estão certos que, gradualmente, as máquinas irão substituir os humanos. A realidade não será tão extrema, mas muitas mudanças irão acontecer.

Em 1943, Dorothy Vaughan era responsável por fazer cálculos mentais em uma das unidades de computadores da NASA. Com o tempo, a NASA decidiu introduzir computadores IBM com o objetivo de automatizar cálculos, substituindo "computadores humanos". Dorothy percebeu nesse avanço tecnológico a possibilidade de perder o emprego, por isso decidiu estudar esse computadores. Aprendeu a programar e se tornou um especialista compreendendo inclusive que as máquinas não poderiam fazer os cálculos sozinhas.

A maneira como Dorothy assumiu o desafio não apenas permitiu que ela mantivesse o emprego, mas também o de seus colegas, que aprenderam a programar com ela. Claramente, a IA não é o primeiro avanço tecnológico que parece ameaçar nosso trabalho, porém nem o medo nem as hipóteses são o caminho para construir o futuro do trabalho.

A IA pode trabalhar para a gente

A IA é uma ferramenta. E como muitos outras, elas servem para nos tornar mais capazes, eficientes e produtivos. Os sistemas de inteligência artificial podem ajudar a evitar tarefas repetitivas, mas com o objetivo de nos tornarmos mais eficazes e não dispensáveis. Por exemplo, um dos principais usos da IA é o reconhecimento de padrões. Se a analisarmos do ponto de vista da segurança, ela detectaria atividade ou comportamento irregular em um ambiente de TI que poderia indicar uma violação de segurança. Sem a inteligência artificial, seria necessário alocar mais mão-de-obra humana a essa tarefa e, mesmo assim, não seria possível detectar todas as irregularidades, nem impedir todas as falhas, nem tratar de todos os problemas de vulnerabilidades. Enquanto isso, os negócios estão expostos.

Se a inteligência artificial é usada para detectar irregularidades e ameaças em segundo plano, por meio dos recursos que lhes ensinamos, o departamento de TI pode concentrar seus esforços em uma abordagem mais holística da segurança. E, em particular, se tornarmos a tecnologia mais inteligente, podemos focar no ponto fraco, em termos de segurança, que todas as empresas têm: o fator humano. Sistemas mais inteligentes nos proporcionam experiências de trabalho mais simples e seguras. Um espaço de trabalho inteligente pode incluir um log-in mais rápido (evitando a tentação de procurar um atalho ou anotar senhas no papel), eliminando a necessidade de montar listas de aplicativos em preto e branco (algo que os funcionários, em busca de maior produtividade, detestam), permitem conectividade segura em redes públicas (dedicadas àqueles que adoram usar o WiFi fora da empresa) e muito mais.

Nesse caso, a IA faz com que o trabalho da equipe de segurança dê melhores resultados sem tirar o emprego e ninguém. Em segundo lugar, também torna toda a força de trabalho mais eficaz, aumentando a eficiência e flexibilidade na forma como as pessoas trabalham, o que pode ter um impacto ainda maior. Quando os funcionários têm a possibilidade de trabalhar de forma mais simples e de diferentes lugares, eles contribuem com mais valor para o negócio porque se tornam mais produtivos. Nesse sentido, a IA não substitui o trabalhador, mas o capacita.

Além disso, automatizando tarefas de rotina e eliminando erros, a AI torna o negócio mais eficiente. Ao extrair informações da grande quantidade de dados gerados na rede de dispositivos e conexões de hoje, em ritmo acelerado, podemos tomar decisões mais inteligentes para o benefício dos negócios, trabalhadores e clientes.

Por outro lado, a IA será fundamental para contrabalançar a grande escassez de profissionais. Precisamos de tecnologia que lide com tarefas rotineiras para que possamos nos concentrar em tarefas de nível mais elevado, que aumentarão os negócios. Para as empresas que competem para atrair talentos, especialmente os chamados millenials, as tecnologias inteligentes serão essenciais para reter profissionais. Os trabalhadores estão cada vez mais convencidos de que devem trabalhar como, quando e onde querem. A IA facilita essa flexibilidade sem comprometer a segurança, de modo que os eles possam ter uma experiência de trabalho moderna que os ajudem a dar o melhor de si e tenham uma carreira profissional diferenciada.

Em resumo, a inteligência artificial não chega para dominar o mundo. Ela vem para aprender o que nós a ensinamos e para nos desafiar a redefinir tarefas que realizamos diariamente. É claro que temos que mostrar a ela como queremos que o futuro do trabalho seja e, sem dúvida, queremos que ele seja seguro, flexível, eficiente e muito produtivo.

Juan Manuel Gómez,  diretord de ventas Workspaces para Citrix na América Latina e Caribe.

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