Adoção de cloud no Brasil ultrapassa média mundial

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As grandes empresas brasileiras superam a média mundial de adoção de cloud computing, revelou uma pesquisa divulgada pela Avanade. No Brasil, 75% usam algum tipo de serviço alocado na nuvem, enquanto a média mundial é de 74%. Se considerada apenas a nuvem privada, o Brasil dispara na frente, com 59% de adoção, contra 43% na média mundial. Além disso, os empresários brasileiros consideram o uso de serviços de cloud uma prioridade tão grande quanto à tomada de medidas de segurança.
Segundo a Avanade, a pesquisa revela não só o entusiasmo dos empresários brasileiros, mas o crescimento na adoção em todo o mundo. No geral, o uso de cloud aumentou 25% desde a última pesquisa feita pela empresa, em 2009. Entre as empresas que ainda não usam a nuvem, 31% esperam implantar aplicações de nuvem privada em curto prazo.
Além disso, 81% dos empresários brasileiros acham que o investimento em cloud tende a aumentar no próximo ano, enquanto no mundo esta média não passa de 55%. Esses investimentos são guiados principalmente pela necessidade de agilidade, flexibilidade e eficiência das empresas, além da demanda por maior colaboração e a simplificação dos modelos de TI já implantados. A questão dos custos é fica bem abaixo, sendo considerada mais importante pelos empresários estrangeiros do que pelos brasileiros.
"O resultado surpreende", diz Hamilton Berteli, diretor de tecnologia da Avanade. "A tendência é que a cobertura seja muito maior daqui a dois anos." Para Berteli, o aumento na adoção de cloud revela o amadurecimento da tecnologia, pois também há aumento do investimento com segurança, controle e gerenciamento dos serviços contratados. Segundo Berteli, as empresas já entendem que a nuvem é uma oportunidade de novas receitas, apesar de ainda serem cautelosas e preferirem as nuvens privadas, em teoria mais seguras que as públicas.
Quanto aos indicadores relativos ao Brasil, ele considera que o investimento crescente em TI no País decorre da aceleração econômica e da necessidade de crescimento. "Cerca de 80% das empresas brasileiras pretendem gastar mais com TI este ano. O País precisa crescer, e esse investimento é um caminho para isso", diz Berteli.
Quanto à adoção da nuvem, 44% dos executivos brasileiros o fazem pela inovação, oferecendo novos serviços, aumentando assim o market share da empresa e, é claro, reduzindo custos.
"Os serviços de cloud são cada vez mais fáceis de provisionar. É possível fazer algo funcionar em questão de minutos", diz Berteli. No entanto, essa facilidade também traz riscos. Segundo a pesquisa, um em cada cinco diretores de grandes empresas já contratou serviços de cloud sem consultar o departamento de TI responsável. "Isso acontece ou porque esses departamentos de negócios são muito rápidos em termos de demanda, ou porque as áreas de TI não são rápidas o suficiente."
Segundo Berteli, quatro a cada cinco empresas tem políticas que regulamentam a contratação de serviços de cloud. No entanto, elas são insuficientes, já que punem os responsáveis com simples advertências. "Para as empresas continuarem avançando de forma benéfica, precisam criar estratégias claras de cloud que incluam os setores de negócio", diz. "As áreas de negócio são muito inovadoras, e nem sempre a área de TI consegue acompanhar."
Nesse contexto, a segurança das informações postas na nuvem é fundamental. Segundo a pesquisa, uma a cada três implantações contratada no Brasil é cancelada por motivo de segurança. Incidentes recentes, como a invasão aos servidores da Sony e a interrupção dos serviços da Amazon, "reforçam a importância da uma estratégia muito bem feita, que considere o que deve ou não ser levado para a nuvem", diz Berteli. Segundo ele, é necessário que essas estratégias prevejam situações de risco e possíveis problemas, pois jamais devem sofrer interrupções, mesmo ocasionais.
A pesquisa da Avanade diz que 80% dos executivos se preocupam com a proliferação sem controle dos serviços de nuvem dentro das empresas. Os conflitos com os departamentos de TI nesta questão acabam surgindo naturalmente. "Os departamentos de TI nem sempre são conservadores, mas sim a guardiões das demandas da empresa. O desafio não é mais simplesmente saber bloquear ou permitir determinado aplicativo, mas sim se preparar para servir de opção para novos negócios da empresa."
Realizada pela Kelton Research entre março e abril de 2011, a pesquisa "A computação em nuvem amadureceu?" ouviu 573 altos executivos, tomadores de decisões de TI e líderes de unidades empresariais em grandes empresas de 18 países da América do Norte e Sul, Europa e Ásia-Pacífico. Desse total, cerca de 8% dos entrevistados eram brasileiros.

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