A Microsoft está sendo processada por emitir “declarações materialmente falsas e enganosas” acerca do desempenho financeiro da companhia e do seu tablet Surface RT. A ação judicial coletiva foi movida pelo escritório de advocacia Robbins Geller Rudman & Dowd LLP, representante de investidores que adquiriram ações da fabricante entre abril e julho deste ano.
Segundo o comunicado, o processo foi protocolado no Tribunal Distrital de Massachusetts, nos Estados Unidos, e alega que a companhia e alguns de seus diretores violaram a lei de 1934 da Securities and Exchange Commission (SEC) ao não divulgar que o Surface estava com fraca demanda, vendendo pouco, e que o inventário do tablet teve um declínio material em valor durante o terceiro trimestre fiscal, encerrado em março.
A ação acusa ainda a empresa de divulgar um informe de resultados do terceiro trimestre fiscal “materialmente falso e enganoso”, violando, assim, os princípios contábeis geralmente aceitos e a própria política da empresa de divulgar publicamente a contabilização de estoques. O texto ressalta que a Microsoft não informou em seu balanço do terceiro trimestre fiscal as tendências e perspectivas quanto à situação das vendas do Surface RT, que afetariam os futuros resultados operacionais da companhia, além de não ter uma base razoável para emitir declarações positivas sobre o tablet, durante o período.
Apesar de se referir ao terceiro trimestre fiscal da companhia, o processo foi movido quase um mês depois de a fabricante divulgar os resultados financeiros do quarto trimestre e do ano fiscal de 2013, encerrados em 30 de junho. Mesmo conseguindo reverter prejuízo registrado no mesmo período do exercício fiscal anterior, a empresa registrou forte queda nas vendas de PCs, além de perder US$ 900 milhões no lucro por conta da fraca demanda pelo Surface, que ficou com encalhe em estoque. Isso fez com que as ações ordinárias da Microsoft sofressem a maior queda em quatro anos, de aproximadamente 11,4%.
Os requerentes do processo buscam, agora, recuperar os danos em nome dos compradores de ações da empresa, diz o comunicado emitido pelos advogados do caso.